GOVERNO INTERINO. DIFICULDADES E POSTURAS.

Leio um comentário na página leve e esclarecida de Tony Bahia, de Simplesmente Romântica, sic:” Sempre penso que não devo me manifestar, mas a cada hora, volto atrás. É quando leio aqui no Recanto, textos que simplesmente me fazem imaginar que a idolatria é o pior mal a ser extirpado do país. Digo isso porque é gritante esse sentimento dentre muitos que ainda não acordaram para a realidade de um país devastado pela corrupção, desgoverno e compulsão pelo poderio sem se importar em, por causa disso, nos terem colocado no fundo do poço. A era PT só trouxe danos, visíveis, comprovados, e a retirada da Presidente do poder, há de ser a porta da esperança que se abrirá para um novo tempo, onde o brasileiro será respeitado como ser humano trabalhador, que paga seus impostos, independente de cor, dogma religioso, sexo, classe social e outras diferenças afins, e que espera uma proteção digna do Estado, muito diferente dos dias atuais, onde a mentira e subjugo imperaram na figura funesta de pretensos ditadores sem qualquer espécie de caráter ou qualificação postural para governarem!”

Perfeito, um posicionamento de subida cidadania, o idólatra é passional e como tal perde o senso de discernimento no “tudo pela minha ideologia”, não importam os vestígios históricos nem a realidade do agora. Como em Maquiavel que serviu ao Príncipe sem nada considerar como resultados, o célebre não importam os meios se justificados estão os fins. Qual justificação de fins? Uma mentira para locupletamento pessoal, como se vê e na história se repete.

Este princípio - fins justificarem meios - não se legitima pela rejeição basilar da Ética com a ciência de regras escritas e não escritas que norteiam as normas de direito e do bom convívio sem conflitos.

Estamos no mesmo barco de antes, em termos, das mesmas trocas, da nau construída com a mesma madeira, de uma tribo mais ou menos uniforme que caminhou de mãos dadas no tempero cozinhado na mesma panela, similares insumos, e com essa ligação surgem e ressurgem na higienização necessária,inadiável e purista da “lavajato, queiram ou não os beócios, fúteis e desinformados, de todos os lados nesse fla-flu infantil que caminha "pela rama", conduzida pelas mãos limpas, proficientes e ágeis do Juiz Moro na apuração das mazelas gigantes, sem prejuízo das sequenciais decisões dos outros graus de jurisdição, que fazem prevalecer as decisões de raiz de Moro, que enfrentou e enfrenta pressões, e as ignora e segue em frente. Quem conhece sabe.

É preciso atenção com a mudança imprescindível que ocorreu, para não desgastar mais o desgaste já verificado, o tecido social está esgarçado e não tolera mais “negociatas” do troca-troca de “copa e cozinha”, vetusto, conhecido, célebre e intolerável diante de manifestações próprias de cidadania como a de “Simplemente Romântica”. Não é possível prestigiar nomes sob suspeita na “lavajato” para integrar Ministérios, nem filhos de caciques com histórico negativados, nem o Presidente interino dizer como vi ontem em entrevista que a pena não passa do criminoso sob âmbito constitucional. Isto como se a pena restritiva de liberdade por crime comum se adeque ao processo eleitoral quando a mesma pecúnia, se fraudulenta, elegeu a chapa coligada. São coisas diversas, o que não inibe que as contas motivadoras no TSE sejam separadas, e o PMDB trabalha para isso, barrando a anulação do pleito por fraude, o que traria nova eleição, direta se antes do fim desse ano, indireta se depois, dois anos transcorrido o mandato.

Complicado o futuro que vejo com bons olhos na escolha do Ministro da Fazenda, e só. Mas respirar novos ares e prosseguir na “lavajato”, a melhor e maior instituição do Brasil no momento, é impositivo.

Não é possível seu retrocesso. Foi assim na Itália para melhorar um pouco,não tudo.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 16/05/2016
Reeditado em 17/05/2016
Código do texto: T5637327
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