EU VOTEI NELA!
Às vésperas do segundo turno da eleição presidencial de 2014, ouvi igual frase, por mais paradoxal pareça, vinda de correligionários de ambos os candidatos: “Não sei é bom ganharmos”.
Hoje ambos devem estar refletindo: “Bem que eu sabia!”
Fato concreto, a bomba do desarranjo da política lullo-consumista mantida pelo governo estava prestes a explodir. Afinal, dinheiro não brota em árvores.
Assim se deu!
Em casa foi regra só gastar o que teria como pagar e, não podendo emitir moeda, nem lançar títulos para 40 anos, nossas dívidas eram programadas apenas para curtíssimo prazo, com cortes no orçamento de ordem não absolutamente necessário.
E sem propina.
No máximo, algumas “caixinhas” de Natal, Páscoa.
Indo ao ponto do que ocorreu.
O dinheiro proveniente da “zelite coxinha” acabando e a bomba nas mãos.
Que bom perder, tucanada!
Não ter os dedos do país apontando-os como exterminadores de benefícios sociais, cortes na Lei Rouanet, paralisação de PACs, déficit orçamentário, disparada da inflação, queda do PIB, fracasso do pressal, dilapidação dos fundos de previdência – Postalis, Previ, Funcef - e o mais terrível dos males – o desemprego crescente – onze milhões de famílias.
Para entender a linha argumentativa dos acontecimentos.
Divido a companheirada em três grupos. O topo da pirâmide ou “culpados/suspeitos”, o grupo intermediário ou “apaniguados/beneficiários”, também chamados “amigos do rei”, e a grande base da pirâmide: a ralé. Digo, os ”inocentes”, doutrinados ou não.
Como seria bom ter perdido!
Os “culpados/suspeitos” decidem: “Temos que distribuir a culpa”!
Mãos às armas! Digo, à luta, “amigos”!
Mídia sensacionalista... “Eles”... O Congresso... A oposição – qual oposição?
Ilações vagas à parte, duro é, aqui embaixo, explicar aos “inocentes”.
Como ao Sr. Zico, zelador do prédio, que teremos de demitir, pois os condôminos “coxinhas” perderam seus empregos, estão inadimplentes e cortes são necessários para pagarmos os ”essenciais” impostos que sustentam o topo da pirâmide. Aqueles que aparecem nas manchetes dos jornais, nas reportagens da TV. Os mesmos que orientam e financiam os gritos das palavras de ordem dos “amigos do rei”.
Ao saber da notícia, o Sr. Zico, lacrimejante, ainda disse: “Tenho culpa nisso ! Eu votei nela”.
Fiquei com vontade de chorar também.
Ah! Os correligionários citados lá no primeiro parágrafo?
Um perdeu o cargo em comissão, outro também está desempregado.