Ainda é tempo
Ou ainda há tempo? Isso é crucial quando se enfrentam situações vexatórias em limitações de tempo e espaço. O filme mostrava assassinato encomendado pelo dono do cassino, da venda de gado, das terras em torno do vilarejo, onde também passava o trem para transportar rebanhos vendidos... O morto foi vítima de cilada porque era ovinocultor, insistia em "desobedecer" o poderoso da cidade, único vendedor de bovinos na região. Enfim, o coitado morreu porque criava ovelhas. Estabeleciam-se dois partidos: O que era do "rei dos bovinos" e o dos pequenos criadores de ovinos e caprinos. Contenda semelhante à da cooperativa no enredo do Velho Chico...
O chefe político da região, através de boato, incriminou um dos trabalhadores da criação de ovelhas, como praticante do assassinato, despertando na população sentimentos "racistas", prometendo premiar com centenas de dólares quem capturasse o criminoso. Logo apareceu, em cima de um palanque de madeira, o preso de punhos amarrados, em roupa de quem trabalha no campo. Num processo rápido, sem oportunidade a qualquer juízo, julgaram-no sob gritos de linchamento. Levaram-no aos empurrões para enforcá-lo; montado num cavalo, colocaram a corda no seu pescoço, passando-a em torno do galho da árvore. Tudo, pronto, bastou chicotear o cavalo, e o inocente ficou pendurado, ultimando sua respiração...
A justiça tardou, mas houve tempo para um 'rock lane' da vida chegar a cavalo, de certa distância, sacar o revolver e atirar cortando a corda da forca. Salvo, caiu o "sentenciado" no chão, ainda com vida; socorrido pelos seus familiares; os justos admiraram o acontecido. Os "justiceiros, estarrecidos, não perceberam a injustiça que estavam a cometer, somente admiraram a invejável pontaria do "artista" que enfrentou os bandidos e o mandante canalha. Naquele filme, ainda houve tempo à justiça, à vida.