UMA ASSUNÇÃO SALVADORA?!
 
Analisando friamente uma cena publicada, três dias atrás,  na seção de notícias de um grande provedor de internet nacional, pude ver um grupo de homens trajando ternos de cor preta e gravata, inebriados com o momento da assunção da  presidência da república por parte do político paulista, Michel Temer, representante do PMDB.

Rodeado por dezenas de parlamentares de seu partido e da base aliada, o então presidente interino da república federativa do Brasil, assumia o comando da nação por um período de até 180 dias, com a possibilidade de governar por um período ainda maior, indo até 31 de dezembro de 2018, ano em que ocorrerão as eleições presidenciais.

Pelo que pude deduzir das expressões faciais de cada um dos seus companheiros de partido e dos demais membros da base aliada, havia um clima de vitória e de dever cumprido estampado no rosto e registrado no gesto de cada um deles.

Os detalhes da imagem do ato, numa primeira análise, eram de uma alegria generalizada. Todos comemoravam aquele momento como se fosse um sonho que acabava de ser realizado. Ninguém ali se imaginava estar diante de um suposto ouro de tolo.

Transcorridos esses primeiros dias de governo do presidente interino já se pode sentir certo desânimo por parte daqueles ministros que esperavam se transformar nos novos “salvadores da pátria” e atenderiam, portanto, as expectativas dos brasileiros que disseram “sim” para o processo de impeachment da presidenta afastada temporariamente.

Ainda é muito cedo para se fazer uma avaliação mais acurada neste sentido, contudo, já é possível notar o povo meio ressabiado com a possibilidade da chegada de arrochos salariais, mudanças no sistema previdenciário e a aparição de novos tributos, principalmente a criação de um “imposto temporário”, um tributo meio parecido com a velha  “CPMF”, o que certamente afetará sensivelmente o bolso da classe menos privilegiada, socioeconomicamente falando.

A sorte já foi lançada. E como bem o disse o próprio presidente interino que não será possível fazer milagres num período de pouco mais de dois anos, agora é deixar o barco seguir seu rumo, movido pela força da correnteza da fé e da esperança e salve-se quem puder.