Conversas noturnas
Gilberto Carvalho Pereira – Fortaleza, 14 de maio de 2016
Ainda acordados, mas já deitados, 1h30min, sem sono, depois de uma noite bastante agradável, ficamos conversando amenidades. Falamos sobre nosso passado individual, da adolescência, da casa de nossos pais, de nossos professores, do respeito que tínhamos em relação a eles, deles para com os seus alunos. Ríamos quando um acontecimento engraçado era comentado. Falamos do período de namoro, do casamento, de nossas residências das cidades que moramos, de nosso trabalho, de nossos filhos, de nossos netos, de nossas viagens, falamos do presente, só não falamos de futuro, não porque isso ficara combinado, na verdade eu não sei explicar a razão. Talvez, porque eu sempre digo que o futuro não existe e, por isso, seja difícil, em uma conversa noturna, descontraída, na cama, falar de coisas que ainda não aconteceram. Não temos preocupação em antever o que vai acontecer conosco, já planejamos muito, mas algumas vezes, tínhamos que mudar a rota, acertar caminhos, por infortúnio ou mesmo vontade própria, tudo era desmanchado. Éramos jovens e essas direções poderiam ser contraditadas sem muita consequência. Para nós é importante falar do presente e das boas lembranças de nossos passados. O presente, na verdade, agora, é o que nos interessa. Embora efêmero, ele é real, mais palpável, é o tempo que vivemos cotidianamente. Tempo que não nos causa surpresa, pois a correção de rumo pode ser urdida de imediato. E assim, vamos vivendo. Fomos dormir depois das 3h30. Tivemos um bom sono, obrigado.