O DIARIO DE UM CÃO
Acordei a s seis da manhã e logo me ligaram:
‘Meu último amigo foi ao inferno crivado de balas de nove milímetros, seu rabo vai queimar lá.
Nove horas da manhã:
Tenho um milhão de vozes dentro de mim para gritar, mas pra quem e porque gritar?
Dez e meia:
Os bares estão vazios, as masmorras, as ruas, Museus e as músicas da juventude.
Onze e quinze:
Agradeço por nada ter apenas o vazio entre mim e o alto dos predios que me cercam, pois o dia é tão curto para se viver com muito.
Meio dia e quarenta e cinco:
O cão gosta de ver as brigas
É quando jogamos dados sobre a mesa Verde de sinuca do bar.
Quatorze horas:
Uma Dor no braço esquerdo,
e a escuridão da sala, será isso um colapso?
Dezoito horas e cinquenta:
Eu amo ver a cortina lilás
trepando na janela, gente, num frenesi sexual, elas gozam juntas.
Vinte horas e cinco minutos:
O cara do predio ao lado pediu me o fígado emprestado, não sei quando vai pagar, disse lhe Sou vampiro quero saber qual seu tipo de sangue.
Vinte e uma horas:
Acho que minha mãe dançou em uma boate de striper.
Vinte e duas horas e quinze minutos:
Perdi o controle da TV e minha cerveja secou ao som de um jazz ou Blues sei lá é que fui um patife.
Onze e cinquenta e cinco:
Tenho vontade de ir á Porto Rico dançar um mambo numa praia deserta e visitar os cemitérios de todas as cidades do Caribe.
Chega, são meia noite...