Mais um aniversário
(03/05/16)
Não sei explicar o que acontece às vésperas do meu aniversário. Talvez seja apenas melancolia, medo da velhice cada vez mais próxima. Mas bate uma tristeza tão forte que me afeta fisicamente, chego a sentir taquicardia.
É incrível como nos dias atuais a tristeza é mascarada de todas as formas. Ninguém quer sentir ou demonstrar isso. Um sorriso sempre no rosto é o disfarce perfeito. Não sentir, não aparentar, não transparecer.
Somos cada vez mais próximos das máquinas e parece que isso é o certo, quando demonstramos nossos sentimentos somos coitados melancólicos ou depressivos. E quando não estamos felizes, não tem problemas, “coloca no automático, boba”.
A onda é não deixar ninguém ver, muitos acreditam quando mesmo aos prantos dizemos que as lágrimas são de felicidade, afinal ninguém mais fica triste hoje em dia. Oh my gosh, eu não acredito que chegamos a isso. Não somos mais nada além do que mostramos, fora as lentes das selfs estamos vazios, frios, ausentes de vida e sentimentos, mas não podemos pensar nisso porque “sabadou sua louca”.
Quando paro e analiso os tempos em que vivemos sinto-me saudosista. Saudade de um tempo descomplicado no qual ostentar era uma palavras desconhecida e sem significado, celular era algo inexistente e abraços eram quentes e reais. Saudades de quando passava minhas noites de véspera de aniversário com os amigos e familiares contando as horas pra comemorar ou bebemorar, ou qualquer coisa que fizéssemos juntos, e não apenas ver meu whatsapp e facebook “bombando”.
Mas deixemos disso, afinal preciso caprichar na make, pois é inaceitável uma aniversariante com cara de tristeza, um batom vermelho, salto alto, roupa bonita pra valorizar a suada na academia e, vamos lá, afinal “miga, sua loka, é seu niver”.