Contratos sociais (e vômito)
Entre términos e começos, frases, e publicações bonitas em redes sociais, acabam com o amor como se fosse papel higiênico usado. Aliás, nem se fala mais nisso. Hoje, vi uma definição de namorado perfeito: Bonito, engraçado e meio tímido, diz que sou bonita, blábláblá... Dei uma pausa e vomitei um pouco. Ou muito.
Então, estamos assim agora. Namoro virou contrato social. Ambas as partes vão fingir gostar. Ambas as partes vão fingir se respeitar e principalmente, fingir fidelidade. Isso, até uma das partes encher saco, porque daí acaba. Mas até acabar, ambas as partes se comprometem em fingir serem felizes. Essa parte é importante. Namoro é o escudo. Ou você namora, ou tem algo errado. Ou tem algum problema, certeza que tem problema. Então, o contrato se encerra, e vem novo contrato. Um novo alguém, e eu, faço mais uma pausa para vomitar.
Estamos fadados ao fracasso do fingimento, porque não nos damos conta, de que estamos começando a construção da casa, pelo telhado. É tudo tão superficial e bonito, que nem parece que limpamos a bunda, ou defecamos. Cagar. Sabe, ninguém caga. Todo mundo recicla seu lixo, e namora com alguém perfeito. Bonito. Então, se está tudo tão perfeito, por que andamos tão triste? Por que duramos tão pouco em relacionamentos?
Contratos e mais contratos. Somos feitos de papéis e tinta. Sorrisos e mentiras. Mesmo que eu não queira, essa parte chata cabe a mim. Meu texto ficaria incoerente, se eu não apresentasse a tal da solução. Então, apresentarei a mais chata de todas. Ame.
Ainda que não seja amado, ou amada, ame. Ainda que demore, leve um tempo, deixe assim. Que demore o tempo que precisar. Que leve o tempo que quiser, até ser amor. E se não for, então tudo bem. Não te deixes enganar sobre o mundo. Ele não te obrigou a ficar com ninguém. Você nasceu sozinho, sem contrato algum. Não há beleza em um relacionamento. Há beleza em amar. Não confunda uma coisa com a outra. Estar acompanhado, pode significar, às vezes, estar sozinho. Te atira em um amor louco, mas que seja amor, mesmo tosco. Seja verdadeiro, ou, que não seja. Entre ser ou não ser, prefira ser, você. E prefira que te amem também. Mas se não acontecer, azar. Felicidade não está presa a contratos. Nunca esteve, e nunca estará.