Costumo desejar aos amigos, no dia do aniversário, que eles sejam felizes. Afinal a felicidade é relativa. Para cada um significa uma coisa. Sinto-me muito feliz ao ver os galhos das árvores dançando com o vento. Na minha cabeça eu ouço uma música que acompanha aquele bailado. Infelizmente algumas pessoas precisam de muito dinheiro para se sentir felizes. Pobres criaturas! Têm, então, que roubar milhões. Não terão tempo para gastar todo o produto do delito, mas necessitam tê-lo. Algumas dessas pessoas morrem de doenças que nem todo o dinheiro do mundo pode curar. São os pobres ricos. Pobres de qualidades, de sentimentos, de amor ao próximo. Para um mendigo, ter um pão para matar a sua fome pode ser a glória. Para mim, basta um dia de sol, um sorriso, um “bom dia” dado com desejo de que, realmente, o dia seja bom. Preciso de pouco para ser feliz, por isso é fácil. Todos os dias acordo e começo a agradecer por ter uma cama quentinha, por me levantar com as minhas próprias pernas, sem precisar da ajuda de alguém, de poder ver tudo ao meu redor, por um banho de chuveiro, um café e um trabalho para me dar o suficiente para as despesas necessárias para viver tranquilamente. No elevador do edifício onde trabalho escuto, na sexta-feira, alguém dizer: “ainda bem que é sexta-feira!” Eu retruco: ainda bem que segunda-feira temos um trabalho para onde voltar. Tem tanta gente desempregada no país!
SILÊNCIO.
SILÊNCIO.