SILÊNCIO E HISTÓRIA.

“Uso a palavra para compor meus silêncios.”

Um pensamento do poeta Manoel Barros desaparecido aos noventa e sete anos. Licença poética instigante.

A palavra ganha espaços, o palco figurantes, a vida personagens e fatos. Tudo passa, fica o silêncio.

Jesus de Nazaré, o Cristo; de seus silêncios nada sabemos. A santificação está no silêncio. Os silêncios do Cristo, como seriam? Insondáveis como a razão da eternidade.

De sua palavra a reportagem histórica evangelizadora, o exponencial legado para os tempos, e sua santa Mãe, Magnânima, que sofreu em silêncio resignadamente a visão de seu martírio, a dilaceração do Filho morto, aos poucos, como muitos morrem, sem qualquer socorro.

Todos precisamos do silêncio que não compõe palavras, palavras não compõem silêncios. O mundo nada nos pode oferecer que tenha um valor permanente, só o silêncio que compõe tudo e a eternidade, único valor que desafia o tempo.

O momento de agora não será mais real, será um foi, nada mais.

Nada do que se vê hoje estará senão nas páginas da história, só o silêncio pode reverenciar o que passa e registrar seu benefício ou maldição em nossas vidas, o silêncio que constrói, reconforta, faz esperançar.

O silêncio e seus exemplos não se perdem.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/05/2016
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