Sem Fantasia

Quando a nossa ficha cai e isso só acontece raramente, graças a Deus sentimos - pelo menos eu sinto - dois tipos de reação. A primeira é meio dolorosa, entendemos que nada somos, a não ser um pequeino grão de areia no incomensurável mundão de areia da terra. Um graozinho mixuruca que não influi e nem contribui em nada. Essa sensação de impotência e falta de importância desaponta, broxa e nos remete ao volume morto do desalaneto.A segunda reaação é divertida. Sem fantasia, nós rimos de nós mesmos, e isso é positivo paca. Quando chegamos a rir das nossas vaidades e veleidades bestas, das pretensões absurdas. da nossa importância nenhuma, nos tornamos mais humanos e verdadeiros.

Mas esses momentosde realismo broxante ou divertido dura pouco. Também faz parte da nossa "humanidade" vestir a fantasia e bancar ser o que não somos, pomos as máscaras e interpretamos os personagens de cada momento. Vivemos a praxe da maioria, fingios. enganamos, mentimos a nós mesmos.

Tem mais: quem se mete a ficar na contracorrente, dispensar a fantasia e a máscara, é logo isolado, criticado, dedenhado e até execrado. As pessoas cochicham: - Aquele doido quer ser santo. Era só o que faltava. Dizem nas nossas costas e até na nossa cara.

É preciso botar a fantasia e a máscara. Infelizmente. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 12/05/2016
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