Nós não somos nós
Sou um amante fiel aos filmes de romance e comédias românticas, admito, tenho uma lista enorme dos quais já assisti e os que ainda quero assistir. Mas ultimamente mudei um pouco, assistimos apenas um, não foi? E faz tempo, mas ainda lembro.
Dentre todos esses que estão na minha lista, as histórias se passaram em lugares diferentes, alguns nos EUA, outras em Paris, Amsterdam, sei lá, muitos pontos distintos. Mas como todo filme de romance – ou quase todos – havia nesses a necessidade enorme de se ter um “nós”. Foram poucos que ao terminar tudo ficou no singular.
Foram tantos “nós” que cresci vendo que sempre tive essa vontade imensa de me portar dessa maneira. Ter um alguém e deixar de ser só para ser “nós”. Eu até pensei ter encontrado, mas logo virei somente eu novamente. E foi bom. E quando te encontrei, essa vontade apareceu de novo, depois de tempos adormecida, ela acordou. Mas desde o começo, nunca fomos “nós”, não é? Não de uma maneira negativa, muito pelo contrário! Sou eu, e tem você que é só sua, assim como sou somente meu. Não somos um “nós”, somos sós que estão sempre juntos, eu acho. Não é? Isso é bom.
É bom manter essa liberdade toda de sagita, sabe como é né? Preservar a euforia e ansiedade por conhecer coisas novas, lugares e pessoas diferentes. É tão bom ser assim, só e, ainda assim, te ter do lado. Claro, deve ser melhor ainda pra ti, se manter assim, tão solta por aí e evitando de exercitar o lado mais característico do seu signo comigo, a parte das brigas e conflitos de uma típica ariana. Aliás, não brigue comigo por descrevê-la assim, tá?
Enfim, é bom ser assim, não sermos “nós”, não ter esse compromisso de usar sempre a terceira pessoa do plural para nos descrever, ou melhor, me descrever e descrever você. É bom ser assim, só, e poder contar contigo, poder sorrir sem motivos como dois bobos, dois “banzos” por aí.