Da minha janela
Da minha janela eu vejo o pôr-do-sol, os passarinhos cantarolando e fazendo farra pelo céu.
Às vezes, também avisto algumas borboletas girando pelo ar fazendo as suas piruetas, como se brincassem de pega-pega... Fazendo o maior escarcéu.
Também posso notar o movimento na rua, pessoas rindo no barzinho em frente.
Sei que sou diferente... Não sou igual a eles que se contentam com pouco que, pensam que diversão é ficar enchendo a cara e fofocando enquanto a vida passa.
Trabalhadores indo e vindo de suas obrigações...
Donas de casa indo à padaria comprar o pão.
Enquanto, fico aqui presa em meu castelo construindo uma vida de faz de conta.
Aonde a realidade lá fora se faz vil.
Tanto desespero e tanta cobrança, mas será que ainda vive a dona esperança?
Vai ver que não existo...
Que sou uma invenção...
Que sou a criação de uma mente pervertida...
Uma esquecida ilusão jaz neste lugar claro de insatisfação.
Uma ilusão que sente calor, que sente frio, que se emociona que chora quando está triste e chora quando está alegre, que se assusta com o barulho de fogos de artifício e também com os trovões.
Tendo o anseio no coração que tudo mundo fique bem!
Mas que nem sempre seus desejos são entendidos e compreendidos.
Na verdade, sou uma protagonista de um filme dramático qualquer, onde os personagens são tão reais, como a dor nos corpos de quem sofre de um câncer, algo que não deveria existir.
Não somos obrigados a fazer nada do que queremos.
Não somos obrigados a acreditar em tudo que nos é imposto por algo ou por alguma razão.
Fica a critério...
Estou escrita nas linhas de meus versos e em suas entrelinhas.
Sou mulher...
Sou forte...
Mas também posso ser um bichinho de estimação carente...
Por mais que eu queira... Não há quem me reinvente!
Da minha janela...
Vejo o mundo passar lá fora.
Como viver neste mesmo mundo?
Se o que desejo não está aqui!