SORRIA MEU BEM, SE PUDER
Já que ninguém é perfeito, estou aqui a exigir o meu direito de ser chata. Também não é pra menos: acordei mais cedo do que o costume. A se esgoelar, estava lá no rádio do vizinho, volume todo aberto, um sujeito: “sorria me bem, sorria...”Por sugestão do dito até que tentei esboçar um sorriso e ainda sonolenta estendi o braço na direção da mesinha de cabeceira em busca do rádio. Eram as noticias do dia que me interessavam. Rádio ligado. Pouco a pouco foi se apagando a lembrança do sorria meu bem, dando lugar a uma vontade de rosnar, tamanho o bombardeio de más noticias transmitidas de forma prazerosa pelo locutor. Num curto espaço de tempo fui levada a crer que as Testemunhas de Jeová estão com a razão ao pregarem o fim dos tempos.
Rádio desligado. Vamos aos jornais. Ah, os jornais... As noticias políticas de ontem foram desmentidas hoje... Chove ou não chove por estas bandas... Para incrementar, haja noticias de crimes, desastres, assaltos, arrombamentos etc. etc. etc.
Jornais dobrados. Vamos ao noticiário da telinha: e tome pedaladas! Impeachment! Liquidez, contenção, inflação, bolsa em alta, bolsa em baixa, dólar sobe/dólar desce! Eleição já! Revisão da Constituição! Guerra ali, guerra acolá. Quem matou quem, quem roubou quem , Dilma sai, Dilma fica e por ai vai...
Telinha desligada paciência esgotada. Mas nem tudo está perdido, passo os olhos na revista Caras e me deslumbro. Quantos ambientes suntuosos fotografados. Quanta gente bonita e bem vestida de grife famosa e pelos sorrisos largos há de se dizer: quantos dentes esta gente tem na boca! Isto aqui é um paraíso, tudo é divino, maravilhoso!
Dormi de novo, sonhei que tinha um retrato meu na sala de visitas feito Iemanjá com rabo de sereia e tudo. A gente sonha cada coisa! Contudo, constatado que não passou de um sonho e que eu não tinha rabo nenhum, toquei o sininho e pedi que me fosse servido café na cama. Chique, né?
Já que ninguém é perfeito, estou aqui a exigir o meu direito de ser chata. Também não é pra menos: acordei mais cedo do que o costume. A se esgoelar, estava lá no rádio do vizinho, volume todo aberto, um sujeito: “sorria me bem, sorria...”Por sugestão do dito até que tentei esboçar um sorriso e ainda sonolenta estendi o braço na direção da mesinha de cabeceira em busca do rádio. Eram as noticias do dia que me interessavam. Rádio ligado. Pouco a pouco foi se apagando a lembrança do sorria meu bem, dando lugar a uma vontade de rosnar, tamanho o bombardeio de más noticias transmitidas de forma prazerosa pelo locutor. Num curto espaço de tempo fui levada a crer que as Testemunhas de Jeová estão com a razão ao pregarem o fim dos tempos.
Rádio desligado. Vamos aos jornais. Ah, os jornais... As noticias políticas de ontem foram desmentidas hoje... Chove ou não chove por estas bandas... Para incrementar, haja noticias de crimes, desastres, assaltos, arrombamentos etc. etc. etc.
Jornais dobrados. Vamos ao noticiário da telinha: e tome pedaladas! Impeachment! Liquidez, contenção, inflação, bolsa em alta, bolsa em baixa, dólar sobe/dólar desce! Eleição já! Revisão da Constituição! Guerra ali, guerra acolá. Quem matou quem, quem roubou quem , Dilma sai, Dilma fica e por ai vai...
Telinha desligada paciência esgotada. Mas nem tudo está perdido, passo os olhos na revista Caras e me deslumbro. Quantos ambientes suntuosos fotografados. Quanta gente bonita e bem vestida de grife famosa e pelos sorrisos largos há de se dizer: quantos dentes esta gente tem na boca! Isto aqui é um paraíso, tudo é divino, maravilhoso!
Dormi de novo, sonhei que tinha um retrato meu na sala de visitas feito Iemanjá com rabo de sereia e tudo. A gente sonha cada coisa! Contudo, constatado que não passou de um sonho e que eu não tinha rabo nenhum, toquei o sininho e pedi que me fosse servido café na cama. Chique, né?