considerações sobre a escrita
Sobre o que escrever? Eis a pergunta feita à quem se mete a rabiscar suas garatujas,eu mesmo, procuro palavras nos dicionários, nos livros e todas elas me parecem indecifráveis enigmas.
Seus sentidos são muitos, em meu favor, tenho tomado remédios (prescritos por um psiquiatra acupunturista). Lá se foram as antigas amigas, topiramato e sertralina – substituídas agora por outras duas colegas mais contundentes, rivotril e oxcarbazepina, uma me ajuda a alma, outra, dá mais cores a meu olhar cinzento.
Engraçado, a amiga rivotril deve ser consumida de forma “sublingual”, essa palavra, vejam só, quão sonora! Quantos cronistas já usaram-na antes?
O fato é que ando ansioso por escrever noutra língua, francês talvez – aqui, claramente uma influência dos mestres russos Tcheckov, Turguêniev, Tólstoi...que idolatravam o idioma.
Mas a língua portuguesa, minha mãe! Me é suficiente, porque não sou bom coela. Só rindo mesmo, escrever em francês sendo analfabeto na minha língua pátria. Nabokov era genial, escreveu “Lolita” em inglês mesmo sendo inteiramente russo.
Não é fácil escrever sobre qualquer tema, creiam meus amigos!