Marocas e Mariquinhas
Já não estão mais entre nós. Mas, estão: grafadas e gravadas na pena de Mike Juliette, enternecem e se eternizam. Os mais antigos, hão de se lembrar dessas duas marcantes figuras da sociedade pitanguiense, e os mais jovens, que não tiveram o privilégio da contemporaneirade, que se enfronhem na sua lembrança.
Marocas do Nadinho, com raízes brumadenses, foi educadora e catequista. Por longas décadas. E uma marca registrada de sua militante religiosidade foi o catecismo que ministrava, na companhia de Lourdinha, Zizinha e Liliza, entre outras, no Grupo Escolar Francisca Botelho, nas tardes de sábado, nos albores da década de cinquenta. O sinal eletrizante para a garotada era a sineta na exata hora marcada. E que compunção, atendia a garotada.
E isso tudo para antegozar a missa das crianças do domingo, que se celebrava às 9 da matina. Cheguei a frequentar algumas edições desse ato religioso. E a despeito do latinório que até o enfeitava ordem de caserna era o que mais se ressaltava. Senão, Marocas, brava ficava.
Mais doméstica, Dona Mariquinhas, esposa do ourives Juca, o Jucorive,
celebrizou-se por seu elaborado presépio, cuja montagem, com a netaiada à sua volta e em seu auxílio, desdobrava-se por semanas a fio.
E em meio ao dezembrino calor, com suas malacaxetas, explodia-se em pleno fulgor. Tudo para se preparar a chegada do Deus-Menino. Pena
que continuassem a lhe dar o leito de palhinha, ao invés duma paininha.
Mike Juliette, a autora desses magistrais mosaicos de recordação é moça da terra, de nosso torrão. Quem irá adivinhar-lhe o verdadeiro nome, então?