Mensagens que edificam - 189

Se a letargia se configurar como um paliativo, ou mesmo uma potente anestesia, ainda assim fico com a realidade consciente de que eu só serei de facto gente, sempre que assumir o que digo e o que ouço, sem fugir do embate ou do confronto, ciente que ele sempre estará presente no mundo das ideias. Assim como não é proibido pensar, pelo menos para quem desfruta da integridade da liberdade de expressão, também não é proibido falar, sendo que esta é a materialização do abstrato, nem que seja no universo dos sons, perfeitamente explicáveis pela física, e nesta linha de raciocínio quem fala o que quer ouve também o que não quer. Prefiro assim, a franqueza das palavras do que a hipocrisia do silêncio fingido. É bem verdade que para uma boca há dois ouvidos, mas devo colocar que a audição é de certa forma passiva, ao passo que a fala é ativa, e como tal é ela que impõe se o silêncio vai ser quebrado ou não. Minha especialidade tem sido estilhaçar ambientes de calmaria, oferecendo em troca uma proposta de discussão, certo de que sem a mesma, a mesmice continuará a imperar, e se as pessoas clamam por mudanças, esta começa de um clamor, de um brado, mesmo que este não seja retumbante poderá ser o grito que estourará os tímpanos da inércia, e promoverá alterações para melhor ou para pior. Se a nossa voz não é uma canção de ninar, nem um elogio, paciência. Não serei mudo, nem omisso, pois tenho algo que já grita alto dentro de mim, e este algo se chama compromiso. Há quem diga que muitas vezes perdemos por não ficarmos calados, mas no meu caso, jamais serei taxado de acovardado. Um salve à todos que diante da caótica situação, botam a boca no trombone!!!

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 08/05/2016
Reeditado em 14/05/2016
Código do texto: T5629618
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