À TÔDAS AS MÃES
(Este texto já é de conhecimento de muitos.Porém,esta minha linha de pensamento em nada se altera quando busco palavras para falar de ti,minha mãe.)
Ela jamais escrevera um verso , mas fez da vida uma poesia.
Encantada com a beleza do simples,reservava sempre um comentário àquilo que aos olhares dos práticos e objetivos passa despercebido.
Falava de ventos,de céus,de montanhas...
Das laranjas da infância,de sinos,de escolas...
Dos velhos amigos,dos trens,dos riachos...
Das chuvas mansinhas,comadres,plantinhas...
Da solidão das tardes,das ave-Marias,de apertos no peito "que só ela sentia!"...
De galos cantando pela vizinhança.Alegres ou tristes...Se o canto era alegre:Festivo era o dia.Se o canto era triste:Alguém morreria.
Da metereologia ao modo caboclo:Céu pedrento?...Chuva e vento.Círculo na lua?...Chuva na rua.
De natais esperados na casa branquinha!...Paredes caiadas, alvura, alegria ...Cerveja caseira , som de cantoria.
De olhares furtivos por entre janelas,de buscas daquelas estrelas mais belas.
[Herdara de minha avó a sutileza de vasculhar o universo,rastelar constelações]
Do fio de meadas rolando no chão...De agulha nervosa,crochê pela mão.
De silêncios das tardes...Calor de verão.Amigos ,abraços,defronte ao portão.
Daquelas merendas que ela fazia...Dos tantos carentes com quem dividia.Da diretora sisuda(só de mentirinha) fingindo não ver o calor da partilha que acontecia...
[Adultos de hoje,crianças de outrora,relembram saudosos daquela criatura que lhes saciaram com tamanha ternura.]
Muitos de vocês que agora me lêem,certamente teriam lhe adorado,caso a conhecessem.
Numa viagem,quando o dia nascia,me pediu que parasse na rodovia.Olhando a paisagem dos "Campos Gerais" ,palavras contidas,a voz se calou.Na expressão do olhar...Coração quem falou!
O dia brotava numa tela divina...Trigais e fumaça , rala neblina.Silêncio de templos em vales,campinas...Uma casa perdida ao sopé da colina.
Visão de aquarela alinhada às retinas.
Talvez seja esta uma das últimas lembranças de dona Hilda que guardo comigo de sua singela trajetória por este plano.
Foi com ela que aprendi ,a exemplo da canção,a sentir "A beleza do simples que de tudo emana".
Nêsse dia das mães eu sentirei a sua ausência...Não com a tristeza da perda ou a dor da separação mas, com a doce saudade de um tempo em que fizemos de nosso convívio um perene prazer pela vida.
E aqui ,envolvido nas lembranças daquela que jamais escreveu um verso,e certamente teria sido uma poetisa inveterada se os soubesse escrever,penso em mães!...Na minha e em tôdas as mães que iluminam êste espaço mágico à que denominamos “universo”.Tão conturbado por vezes e , ao mesmo tempo, lírico e abençoado quando do brilho de suas presenças.À tôdas,o meu carinho,respeito e admiração.
Feliz dias das mães!!!.
Joel Gomes Teixeira
(Este texto já é de conhecimento de muitos.Porém,esta minha linha de pensamento em nada se altera quando busco palavras para falar de ti,minha mãe.)
Ela jamais escrevera um verso , mas fez da vida uma poesia.
Encantada com a beleza do simples,reservava sempre um comentário àquilo que aos olhares dos práticos e objetivos passa despercebido.
Falava de ventos,de céus,de montanhas...
Das laranjas da infância,de sinos,de escolas...
Dos velhos amigos,dos trens,dos riachos...
Das chuvas mansinhas,comadres,plantinhas...
Da solidão das tardes,das ave-Marias,de apertos no peito "que só ela sentia!"...
De galos cantando pela vizinhança.Alegres ou tristes...Se o canto era alegre:Festivo era o dia.Se o canto era triste:Alguém morreria.
Da metereologia ao modo caboclo:Céu pedrento?...Chuva e vento.Círculo na lua?...Chuva na rua.
De natais esperados na casa branquinha!...Paredes caiadas, alvura, alegria ...Cerveja caseira , som de cantoria.
De olhares furtivos por entre janelas,de buscas daquelas estrelas mais belas.
[Herdara de minha avó a sutileza de vasculhar o universo,rastelar constelações]
Do fio de meadas rolando no chão...De agulha nervosa,crochê pela mão.
De silêncios das tardes...Calor de verão.Amigos ,abraços,defronte ao portão.
Daquelas merendas que ela fazia...Dos tantos carentes com quem dividia.Da diretora sisuda(só de mentirinha) fingindo não ver o calor da partilha que acontecia...
[Adultos de hoje,crianças de outrora,relembram saudosos daquela criatura que lhes saciaram com tamanha ternura.]
Muitos de vocês que agora me lêem,certamente teriam lhe adorado,caso a conhecessem.
Numa viagem,quando o dia nascia,me pediu que parasse na rodovia.Olhando a paisagem dos "Campos Gerais" ,palavras contidas,a voz se calou.Na expressão do olhar...Coração quem falou!
O dia brotava numa tela divina...Trigais e fumaça , rala neblina.Silêncio de templos em vales,campinas...Uma casa perdida ao sopé da colina.
Visão de aquarela alinhada às retinas.
Talvez seja esta uma das últimas lembranças de dona Hilda que guardo comigo de sua singela trajetória por este plano.
Foi com ela que aprendi ,a exemplo da canção,a sentir "A beleza do simples que de tudo emana".
Nêsse dia das mães eu sentirei a sua ausência...Não com a tristeza da perda ou a dor da separação mas, com a doce saudade de um tempo em que fizemos de nosso convívio um perene prazer pela vida.
E aqui ,envolvido nas lembranças daquela que jamais escreveu um verso,e certamente teria sido uma poetisa inveterada se os soubesse escrever,penso em mães!...Na minha e em tôdas as mães que iluminam êste espaço mágico à que denominamos “universo”.Tão conturbado por vezes e , ao mesmo tempo, lírico e abençoado quando do brilho de suas presenças.À tôdas,o meu carinho,respeito e admiração.
Feliz dias das mães!!!.
Joel Gomes Teixeira