A LÁPIS

 
Essa manhã  me deu vontade de escrever mas o não sei o quê. Olhei em volta na sala, e me deparei com meu lápis azul, o qual uso  muito para escrever, ali esperando para ser usado, aguardava sua atuação. Tomei -o e iniciei o texto a seu respeito.

Relegado ao esquecimento, este que outrora era digno de nota, vê seu prestígio se esvair, afinal quem usa lápis? Poucos diríamos, a maioria usa as teclas do celular e dos PCs e ainda muito mal, diga-se de passagem. Mas vai lá, em tempos idos, a gente não tinha kit escolar da prefeitura, então os pais se sacrificavam muito para comprar material escolar, o básico, lápis, borracha, apontador e caderno. Era um festa pegar os materiais novinhos e o lápis ali,  esperando para por no papel nossa vã imaginação e grafar nosso aprendizado de forma magistral. Tinha lápis preto, o clássico; os coloridos; lápis borracha, você escrevia e virava ao contrário e apagava, até hoje tem desses , e também o que vinham com a tabuada impressa neles, um achado. Dupla dinâmica sempre a postos, lápis e borracha para aprender a escrever, e haja borracha; era rabisco daqui, rabisco dali, apaga aqui, escreve acolá, enfim um festival de erros e acertos, e ele o lápis, lá sempre ativo ,mesmo quando pela borracha era desmerecido.


Os tempos mudaram, ainda bem, a sociedade evoluiu, e assim hoje  o lápis não tem muita função, ou seja,na escola pouco se usa, pois muito pouco se escreve. Questões como a sustentabilidade,a tecnologia e a falta de motivação levaram o lápis ficar apagado na história, antes materializando emoções, grafando conhecimentos e nos riscos e rabisco, preenchendo espaços em branco, agora se resume a um objeto secundário na escrivaninha. Há profissionais que ainda usam o lápis, tais como: engenheiros,arquitetos e desenhistas,fora esses, pouco vejo esses grafites em invólucros de madeira,nas mãos de outros. Sempre escrevo meus textos a lápis, e somente depois digito; vou apagando aqui e ali, consertando algo que não gostei, e mesmo assim passa muita coisa errada,mas do lápis não abro mão.


 
Agora missão cumprida, texto feito, vou recolocá-lo novamente no porta-lápis e me surgiu uma analogia interessante, se em nossos atos pudéssemos fazer tal qual o lápis, registrar e depois não concordando, ou percebendo o engano, simplesmente apagar, seria ótimo, mas isto nas atitudes não é possível, uma vez feito, está feito, pode-se remendar, mas nunca apagar.                                           Registrado!!!
Lia Fátima
Enviado por Lia Fátima em 06/05/2016
Reeditado em 16/10/2018
Código do texto: T5627346
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