Menos Ismos
Feminismo é a ideia radical de que mulheres são gente.
Autor Desconhecido
Vi no face uma postagem, no mínimo desinformada, afirmando que, se machismo não é bom, feminismo também não é.
Não. Machismo e feminismo não se equivalem. Traçando um paralelo, o machismo está para o racismo, assim como o feminismo, para o combate à discriminação racial. Machismo subjuga as mulheres, as inferioriza, coisifica, tolhe, subjuga, fere e mata. Feminismo luta contra isso.
O feminista defende sua bandeira com orgulho. Machismo envergonha. Ninguém se assume machista, senão entre machistas, e sente-se ofendido quem é chamado de machista, mesmo que tenha atitudes machistas, como culpabilizar uma vítima de estupro, desmerecer a competência de uma mulher por sua condição feminina ou julgar sua moral por sua aparência ou modos.
Sim. Há feministas xiitas, que veem misoginia em tudo ou, por cansaço ou impaciência, adotam posturas agressivas na defesa de seus argumentos, o que incomoda muita gente. Como em todo movimento revolucionário, há quem entenda que a adoção de medidas radicais acelera o processo de mudanças (muitas vezes, com razão).
Isso talvez justificasse a postagem, só que não. Mesmo quem se opõe a este ativismo mais extremista, deve reconhecer que ele não representa todo o movimento, responsável por conquistas históricas das mulheres, como o direito ao estudo e à profissionalização, ao voto e à carreira política ou militar. E mais. Há que se admitir que ainda há muito a ser feito. Mulheres seguem ganhando menos e tendo menos oportunidades de ascensão profissional, ainda são mais exigidas nas tarefas domésticas, ainda sofrem violência de gênero, sequer podem decidir sobre o próprio corpo.
Se você é mulher ou nutre afeto por nós, não ser feminista é um contrassenso. É aceitar para si ou para suas amadas, a condição de cidadãs de segunda classe.
E essa é a maior contradição da tal postagem, que, curiosamente, após propor "menos ismos", sugere que sejamos pelo "igualitarismo".
Tolice. O feminismo nunca propôs a supremacia da mulher. Sua principal bandeira é, e sempre foi, o fim das desigualdades.
Texto publicado em minha coluna de hoje no jornal Alô Brasília.
Não. Machismo e feminismo não se equivalem. Traçando um paralelo, o machismo está para o racismo, assim como o feminismo, para o combate à discriminação racial. Machismo subjuga as mulheres, as inferioriza, coisifica, tolhe, subjuga, fere e mata. Feminismo luta contra isso.
O feminista defende sua bandeira com orgulho. Machismo envergonha. Ninguém se assume machista, senão entre machistas, e sente-se ofendido quem é chamado de machista, mesmo que tenha atitudes machistas, como culpabilizar uma vítima de estupro, desmerecer a competência de uma mulher por sua condição feminina ou julgar sua moral por sua aparência ou modos.
Sim. Há feministas xiitas, que veem misoginia em tudo ou, por cansaço ou impaciência, adotam posturas agressivas na defesa de seus argumentos, o que incomoda muita gente. Como em todo movimento revolucionário, há quem entenda que a adoção de medidas radicais acelera o processo de mudanças (muitas vezes, com razão).
Isso talvez justificasse a postagem, só que não. Mesmo quem se opõe a este ativismo mais extremista, deve reconhecer que ele não representa todo o movimento, responsável por conquistas históricas das mulheres, como o direito ao estudo e à profissionalização, ao voto e à carreira política ou militar. E mais. Há que se admitir que ainda há muito a ser feito. Mulheres seguem ganhando menos e tendo menos oportunidades de ascensão profissional, ainda são mais exigidas nas tarefas domésticas, ainda sofrem violência de gênero, sequer podem decidir sobre o próprio corpo.
Se você é mulher ou nutre afeto por nós, não ser feminista é um contrassenso. É aceitar para si ou para suas amadas, a condição de cidadãs de segunda classe.
E essa é a maior contradição da tal postagem, que, curiosamente, após propor "menos ismos", sugere que sejamos pelo "igualitarismo".
Tolice. O feminismo nunca propôs a supremacia da mulher. Sua principal bandeira é, e sempre foi, o fim das desigualdades.
Texto publicado em minha coluna de hoje no jornal Alô Brasília.