Sem despedidas
Minicrônica
Ele saiu cedo, como sempre fazia. Foi até a feira no Mercado Central, conversou com os amigos de sempre, comprou o jornal, a carne pro bife, a alface, os tomates e outras "coisinhas" pra comida. Quando se preparava pra voltar pra casa sentiu uma tontura e parou. Já estava acostumado a essas tonturas e as atribuía às sequelas de doenças que tivera durante a vida.
Dessa vez a tontura veio mais forte. Precisou de ajuda pra se levantar do tombo que levou, como precisou de ajuda pra ser trazido de volta pra casa. Não conseguia se erguer e teve que ficar sentado na cama esperando melhora. À tarde nem falava direito mais. Foi levado pro hospital. Até melhorou, mas no terceiro dia, se foi, sem ao menos dizer adeus! O único alento para os seus foi o fato de não ter sofrido.
Há vinte e três anos...
Ilustração:
Imagem esmaecida e descolorida da foto da lápide do protagonista, do acervo do autor
Revisões:
11/11/2021 - Formação e inclusão de ilustração