NO EMBALO DA ONDA POPULAR
 
A política partidária nacional, no seu contexto geral, está desacreditada. Os eleitores, tanto os de direita, quanto os de esquerda, vivem um dilema: não sabem em quem acreditar nas próximas eleições.

A corrupção, as barganhas, os conchavos e os “toma lá dá cá”, continuarão, com a consumação
 ou não do processo de impeachment.

O povo brasileiro acompanha todo o movimento que envolve o processo de impeachment como se estivesse torcendo para o seu time de coração.

Bandeiras, banners, bandeirolas, faixas com frases de efeito, são os adereços usados pelos “torcedores”, assim como palavras de ordem são proferidas tanto lá fora (nas ruas) quanto lá dentro (no local onde os parlamentares se reúnem para decidir o destino da nação). Tem sido uma verdadeira festa, regada a “coxinhas” com refrigerante, ou a “pão com mortadela”, acompanhado de um copo de água de torneira.

Ambas as torcidas se revezam para não perderem o foco da discussão.

Está bonito de se ver. É uma pena que ainda tem gente que acredita que tudo isso que está acontecendo é para melhorar a vida do povo
.
 
Acreditam também que assim que a Sra. Dilma Rousseff sair de cena, acompanhada de seus fiéis escudeiros e logo após a consequente assunção do poder por parte do vice Michel Temer, toda a corrupção da política partidária nacional sairá junto.

A partir desse momento, a nação se tornará um lugar de pessoas vitoriosas e abrirá espaços para o triunfo de outros Temers, Cunhas, Calheiros, Aécios, Paulinhos, Jucás, Malufs e "Outros", que continuarão jurando de pés juntos que nunca corromperam ninguém e nem nunca foram corrompidos.

Tal qual o desfecho de um conto de fadas, é o que se espera da nação após a desocupação da cadeira de presidente da República por parte da Sra. Dilma Rousseff. Esse episódio histórico ficará marcado na memória dos aliados e dos contrários ao governo dela e terá grande significado para aquela maioria representativa do povo brasileiro que a tem como impopular e incompetente.

Preferiria outro desfecho menos traumático para o grupo do povão, do qual faço parte desde que nasci. Mas em que pese o fato de nem sempre a voz do povo ser a voz de Deus, prefiro deixar a onda me levar, a nadar intensamente e morrer na beira da praia.