O quanto que se perde na correria da vida
O quanto que se perde na correria da vida? O quanto de nós mesmos fica para trás todos os dias? O quanto que se perde - nesses tempos agitados e corridos - talvez não possa ser listado aqui nessas linhas, visto que são muitas coisas. Um simples ''oi '', um '' bom dia'', até mesmo isso, muitas vezes, se perde na rotina do dia a dia. Um abraço, então, imagina! Não há espaço nos braços. Mas há o vazio que só um abraço sincero e apertado ocuparia. Têm-se perdido os laços dos bons e calorosos abraços em detrimento dos nós do cotidiano. Nos rostos, o sorriso fácil e largo anda sumido, está sendo deixado de lado, sendo substituído por um olhar apressado, de mal humor, de dor, de cansaço...Cansaço da correria que nos torna escravos e marionetes, privando-nos de viver a vida na beleza e simplicidade dos versos de sua poesia.
A correria é quem manda, quem dita as regras. Nós obedecemos, aceitando suas migalhas. E enquanto isso vamos adoecendo, não só fisicamente, pois também estamos doentes de amor, de calor humano. De expressar nossas ações, atitudes e sentimentos pelas pessoas que amamos. De externar, do âmago do coração, um verdadeiro “eu te amo”. De sentir a nós mesmos, de sentir o outro na gente e a gente nele. Das conversas e prosas bobas que vão rolando até tarde da noite provocando risos leves, soltos e prolongados. Dos beijos e abraços vindos da família, da mulher ou do homem que amamos, dos eternos namorados... Estamos carentes de viver a vida nos seus mínimos e mais simples detalhes, porque são essas coisinhas que, quando postas em prática, fazem toda a diferença, dão o ar da graça. Contudo, enquanto estivermos alienados e presos à correria, corremos o risco de ver a vida passando, desfazendo-se e desmanchando-se diante dos nossos olhos, sendo morta diariamente, atropelada pelo cotidiano insano, como se nada tivesse acontecendo.
- E você, se vê no que acabou de ler?