Estância Balneária de Termópolis (1924)
Luiz Carlos Pais
Luiz Carlos Pais
A edição de 16 de fevereiro de 1924 da revista “O Malho” do Rio de Janeiro permite recuperar um evento histórico do sudoeste mineiro, que foi a inauguração da Estância Balneária de Termópolis. Um registro fotográfico mostra a presença de duas dezenas de automóveis, vindos de São Sebastião do Paraíso e outras cidades. Foi inaugurado um hotel, com instalações confortáveis até então inexistentes na região, onde os visitantes podiam veranear e tomar os banhos nas fontes naturais e nas piscinas.
Desde os primeiros anos da década de 1920 os visitantes usavam uma banheira de imersão, quando o hotel estava ainda em construção. De acordo com a reportagem, havia uma grande expectativa de progresso no sudoeste mineiro, em decorrência dos sucessivos recordes de produção de café, o que estimulou os proprietários a investirem na construção de um bonito hotel “em estilo colonial, no maravilhoso vale de águas minerais termais e medicinais".
O redator da notícia ficou hospedado no hotel para conhecer o projeto pioneiro no ramo de turismo em toda a região e destacou as propriedades terapêuticas das águas termais, sobre as quais se tinham notícias em relatórios do governo provincial desde a segunda metade do século XIX. Esse projeto teve início a partir da iniciativa conjunta dos senhores Manoel Francisco Vianna e José Neves Carvalhaes, que investiram esforços para aproveitar os recursos hídricos da região.
Para comprovar a qualidade medicinal das águas, os proprietários encomendaram um estudo técnico ao médico Orozimbo Correia Netto, que, por sua vez, solicitou uma análise química no laboratório público da capital do Estado de Minas Gerais. De posse do documento comprobatório da qualidade da água, os referidos empreendedores fundaram a Empresa Balneária Termópolis, com sede em São Sebastião do Paraíso, distante pouco mais 24 quilômetros dos milagrosos “olhos de águas quentes”.
Para avançar o projeto, um dos primeiros desafios foi a construção de uma estrada de automóvel, ligando Paraíso à cidade de Jacuí, possibilitando melhores condições de acesso à Estância. Consta na revista que a construção da estrada foi financiada pelos empresários e que eles teriam recebido pouco apoio dos cofres públicos, mas com esforço conseguiram melhorar as condições de tráfego para o acesso ao balneário. Na época, Paraíso era um dos principais polos da cafeicultura do sudoeste mineiro, sendo esse empreendimento uma primeira tentativa de diversificar a economia regional.
Foi divulgado na imprensa nacional que os turistas interessados em visitar o balneário poderiam chegar à cidade pelo expresso da Estrada de Ferro da Mogiana, onde podiam solicitar um automóvel da empresa balneária para percorrer o trecho de 24 quilômetros para chegar ao hotel. Outra melhoria foi a construção, ao lado da estrada, de uma telefônica que funcionava com boa regularidade.
Ficou registrado que as águas brotavam claras, límpidas, de várias fendas numa enorme rocha de granito e formavam um córrego com 175 metros de comprimento, formando o Ribeirão das Águas Quentes, que desaguava num afluente do rio Santana. Alguns comentários davam conta que as águas de Termópolis eram “superiores” as conhecidas águas de Lindóia e Araxá, em certos aspectos químicos, pois tinham sido consideradas como “águas termais radioativas”, indicadas para o tratamento parcimonioso de problemas de pele, estômago, reumatismo e rins.
Desde os primeiros anos da década de 1920 os visitantes usavam uma banheira de imersão, quando o hotel estava ainda em construção. De acordo com a reportagem, havia uma grande expectativa de progresso no sudoeste mineiro, em decorrência dos sucessivos recordes de produção de café, o que estimulou os proprietários a investirem na construção de um bonito hotel “em estilo colonial, no maravilhoso vale de águas minerais termais e medicinais".
O redator da notícia ficou hospedado no hotel para conhecer o projeto pioneiro no ramo de turismo em toda a região e destacou as propriedades terapêuticas das águas termais, sobre as quais se tinham notícias em relatórios do governo provincial desde a segunda metade do século XIX. Esse projeto teve início a partir da iniciativa conjunta dos senhores Manoel Francisco Vianna e José Neves Carvalhaes, que investiram esforços para aproveitar os recursos hídricos da região.
Para comprovar a qualidade medicinal das águas, os proprietários encomendaram um estudo técnico ao médico Orozimbo Correia Netto, que, por sua vez, solicitou uma análise química no laboratório público da capital do Estado de Minas Gerais. De posse do documento comprobatório da qualidade da água, os referidos empreendedores fundaram a Empresa Balneária Termópolis, com sede em São Sebastião do Paraíso, distante pouco mais 24 quilômetros dos milagrosos “olhos de águas quentes”.
Para avançar o projeto, um dos primeiros desafios foi a construção de uma estrada de automóvel, ligando Paraíso à cidade de Jacuí, possibilitando melhores condições de acesso à Estância. Consta na revista que a construção da estrada foi financiada pelos empresários e que eles teriam recebido pouco apoio dos cofres públicos, mas com esforço conseguiram melhorar as condições de tráfego para o acesso ao balneário. Na época, Paraíso era um dos principais polos da cafeicultura do sudoeste mineiro, sendo esse empreendimento uma primeira tentativa de diversificar a economia regional.
Foi divulgado na imprensa nacional que os turistas interessados em visitar o balneário poderiam chegar à cidade pelo expresso da Estrada de Ferro da Mogiana, onde podiam solicitar um automóvel da empresa balneária para percorrer o trecho de 24 quilômetros para chegar ao hotel. Outra melhoria foi a construção, ao lado da estrada, de uma telefônica que funcionava com boa regularidade.
Ficou registrado que as águas brotavam claras, límpidas, de várias fendas numa enorme rocha de granito e formavam um córrego com 175 metros de comprimento, formando o Ribeirão das Águas Quentes, que desaguava num afluente do rio Santana. Alguns comentários davam conta que as águas de Termópolis eram “superiores” as conhecidas águas de Lindóia e Araxá, em certos aspectos químicos, pois tinham sido consideradas como “águas termais radioativas”, indicadas para o tratamento parcimonioso de problemas de pele, estômago, reumatismo e rins.