4 MATUTANDO
4 MATUTANDO a sombra do coqueiral
O Brasil agrícola, é sem dúvida o dobro de qualquer outra parte do planeta onde se plante alguma coisa, porque aqui temos várias safras o ano todo. Treze por cento do Brasil é utilizado para a agricultura e para a pecuária. Daí tem saído anualmente 100 milhões de toneladas de grãos, em média, nos últimos anos. Cinco pessoas podem ser alimentadas com uma tonelada de grão por ano. Multiplicando 5 por 100 temos 500 milhões de pessoas alimentadas apenas com os grãos produzidos nesses 13% do nosso território. Se acrescentar-mos a esses grãos a mandioca e o açúcar, produtos os quais somos os maiores produtores do mundo, e o gado e os frangos e os peixes, produzimos comida para alimentar entre 700 e 900 milhões de pessoas. Como nós somos menos de 200 milhões de pessoas em todo o Brasil e nos alimentamos utilizando apenas 13% do nosso território, como se explica que 60 milhões de brasileiros passem fome e mais de 2 mil crianças morram todos os dias por falta de alimentos? Quem sabe? Quem quer achar uma boa desculpa com um bom motivo?
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Há um princípio entre os povos civilizados, e que Rui Barbosa defendia como princípio jurídico, de que não se aplica regras iguais para entes desiguais. Significa que não se podem aplicar leis iguais para pessoas, (ou instituições, empresas, organizações) desiguais. Vejam então que para ser justo é preciso aplicar leis (ou normas,regras) desiguais para proteger os fracos. Para explicar melhor: se você colocar soldados e seminaristas num presídio para tomar conta dos condenados, estará dando condição igual para pessoas totalmente desiguais. Assim se comete injustiça. Porém se um senador corrupto, que tenha comprovadamente, em inquérito policial, cometido um crime desviando dinheiro público e, portanto, deva ser julgado, esse merece foro especial,privilegiado. Isso porque sendo ele uma pessoa desigual aos demais mortais, não pode ser tratado com leis iguais a todo mundo. Dá pra entender o princípio legal da injustiça?
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De volta ao assunto livros. Como se sabe nem todos os livros são aceitos por todas as sociedades pelo simples fato de apenas serem livros.Para nós e, certamente para muitas pessoas, os livros têm significados e tratamentos sagrados, não só por seu conteúdo, mas também por sua estética. Além disso o livro tem cheiro (que para muitos é aroma, perfume,fragrância...que seja) e permite ser tocado. Uma escultura também pode ser tocada, é claro e um monumento pode ser abraçado, se quiser. O livro é o único objeto artístico/cultural (essas duas palavras assim juntas, quase se tornam um palavrão, e bem feio) que pode ser tocado, acariciado, melhor dizendo. Podemos te-lo entre as mãos e trazê-lo junto ao peito; num gesto de aconchego e carinho exclusivos. Entretanto é a respeito do que contém os livros e o que pode seu conteúdo representar para uma sociedade ou para instituições e indivíduos que eles têm sido louvados e tidos até como sagrados ou execrados e proibidos. Muitos livros já foram queimados e bibliotecas foram destruídas. Como foi boa parte da Biblioteca de Alexandria, por Júlio César.
A Igreja Católica se encarregou de proibir e destruir milhares de livros. Hitler escreveu um só livro mas queimou milhares. Stálin, Salazar, Mussolini e outros estúpidos menos conhecidos queimaram ou proibiram a leitura de milhares de livros em todas as partes do mundo. Aqui, em nossa América do Sul, generais, quando eram os plantonistas da nação, proibiram livros de todas as espécies e sobre todos os assuntos ou temas que não estivessem de acordo com o que chamavam de “ordem e bons costumes”. Estúpidos, como de resto todos os outros censores, proibiram muitos livros entre eles alguns clássicos da literatura brasileira e universal. Não porque só discordassem do conteúdo, mas por absoluta ignorância a respeito dele. Eles, porém, passaram e nós passarinhamos, como acho que poderia concordar Mario Quintana. Outros virão, é certo; outros sensores, outros estúpidos. Juntei numa lista alguns livros proibidos recentemente, na última quadra do século XX nos Estados Unidos, país livre; de muitos livros, livrarias e dos maiores editores do mundo. Porém em outras épocas e em outros países obras clássicas também foram proibidas ou receberam recomendações desfavoráveis. Se não der para chorar, dará para rir...rir!
- “As Mil e Uma Noites” (de autor desconhecido) foi confiscado no Cairo, Egito em l985 por conter passagens obscenas as quais “poderiam agredir ao tecido moral do país.” Esse livro também foi proibido em Jerusalém, Israel, nesse mesmo ano, por ser considerado inadequado para alunos judeus. Ao que parece, árabes e judeus quando concordam, estão de acordo com coisas muito estranhas.
- “Alice do País das Maravilhas”, de Lewis Carroll, foi proibido na China em l931 por colocar animais e seres humanos no mesmo nível. “Os animais não devem (!) usar a linguagem humana”, disse o censor.
- “Os Contos de Cantuária”, de Geoffrey Chaucer, considerado o primeiro romance, escrito em 1386, foi reeditado sem algumas “passagens de conteúdo sexual”, alegou o censor em 1995. Curioso é que isso foi feito para que o livro pudesse ser usado no Curso Preparatório de Literatura numa escola de Illinois, Estados Unidos.
- “O Diário de Anne Frank, escrito pela própria, sobrevivente da Segunda Guerra Mundial, foi proibido, em 1982, no Condado de Wise, Virginia, Estados Unidos por conter passagens “sexualmente ofensivas”. E no Alabama, o Comitê Estadual do Livro Escolar rejeitou esse livro por ser “muito pra baixo”.
- “E o Vento Levou”, de Margaret Mitchell, que vendeu um milhão de exemplares só no ano de seu lançamento em 1939, foi proibido nas aulas de Inglês de uma escola na Califórnia, Estados Unidos, em 1984, porque a autora, no livro, usa a palavra “negro”.
- “Hamlet”, de William Shakespeare, foi banido da Etiópia em 1978. Nem um motivo foi explicado.
- “A Odisséia”, de Homero, recebeu de Platão uma estranha recomendão. Ele sugeriu que o livro não fosse permitido a “leitores imaturo”, isso em 387 a.C. E em Roma, no ano 40 d.C., Calígula tentou suprimir o livro porque ele expressava os ideais Gregos de liberdade.
- “Tom Jones”, de Henry Fielding, foi proibido na França, em 1749.
E pra encerrar essa lista de esquisitices, o livro “Fahrenheit 451”, que é a temperatura que queima qualquer coisa, de Ray Bradbury, e que conta a história de um bombeiro especializado em queimar livros, foi censurado numa escola da Califórnia, Estados Unidos, em 1992. As palavras “inferno” e “demônio” foram apagadas de suas páginas.
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O New World Stages Theatre, no número 340 da rua 50, em Nova York, estpá distribuindo ingressos gratuitos para quem for virgem; homens e mulheres. Para assistir de graça a peça “My first time” tem que provar ser virgem. Como isso deve ser dificílimo, os produtores do espetáculo providenciaram um hipnotizador. Os interessados em assistir ao espetáculo de graça estão sendo submetidos aos poderes psicológicos do “caçador de virgindade”. A peça é baseada em depoimentos de pessoas que contam como perderam a virgindade. Uma delas afirmou: “eu me lembro bem de minha primeira experiência sexual. Eu estava sozinha.” Como tudo em Nova York, a peça é um sucesso, e a fila de mentirosos é enorme.