OS ROSTOS ARDEM

Despudoradamente, o prumo de viver parece mais palatável assim, entregues à fruição do prazer. Passa-me o vinho tinto, enquanto se alteia o fogo em meio à invernia lá fora. E tu, jeitosa, deitas a cabeça ao peito, lambendo a borda da taça quase vazia. Nas labaredas passeiam olhos úmidos e boca pastosa. Os rostos ardem. O espelho funde o corpo de reflexos. Pálpebras se fecham para além do gozo...

– Do livro POESIA DE ALCOVA, 2015/16.

http://www.recantodasletras.com.br/cronicas/5624022