Havia uma senhorinha amável que me frequentava pelo Facebook, até me contava histórias sobre o Manoel de Barros, de quem foi amiga. Sim, a senhorinha, que gostava de literatura e versos, me curtia e comentava com os melhores ingredientes que fertilizam as prósperas amizades. De repente, ao se dar conta do meu engajamento político e ler uma crítica que fiz ao FHC, a senhorinha, grande entusiasta do Manoel de Barros, sem nenhuma poesia, me bloqueou. Antes, enviou uma mensagem, embebida numa fúria incompatível com a idade, onde denunciava o meu “cavanhaque comunista”; afirmou que ele não deveria ser grisalho, mas vermelho. Triste, relevei o ocorrido lembrando de uma frase do mesmo poeta que a saudosa amiga admirava: “No osso da fala dos loucos há lírios.”