A hora da transposição

Não haverá medo e nem perigo

Você vai poder meter o pé na jaca

Não será despedido!

Mandar o chefe as favas, vai até virar “carne de vaca”

Quando seu amigo fizer um bolão de loteria

Não precisará ficar com correria

Todos os bilhetes serão premiados

E vai dar uma merreca pra cada um

Poderá comer com gosto gordura saturada

Comida funhanha, bacon, ovos, hamburgão

Usar papel higiênico primavera

Sem preocupação com a tal exclamação: “já era!”

Não haverá transposição do São Francisco

Nem pistolas, nem canhão

Um mundo de paz

Um mundo..., espero que “bão”

O sertão não será mar

E nem o mar será sertão

O que é, continuará como sempre foi

E o que não é, nunca será e fim de papo

Alfa será sempre alfa

E deixará beta em paz

O consumo não te assustará jamais

Pois os cartões ficarão cheios de crédito

Não haverá mais filas

Não haverá mais senhas

Nem prazo para pagamento

E todas as bundas serão quadradas

Não haverá mulheres frutas

Nem homens bananas

Todos serão iguais

Isso evitará muita discórdia e confusão

As Giseles serão como as Marias

Os Zés como os Manés

Os motores terão as mesmas potências

Assim os fusquinhas competirão como as Ferraris

Vestiremos todos da mesma cor

Se for macacão todos de macacão

Se for jaleco branco e estetoscópio no pescoço

Assim será

Times diferentes

Nem pensar

Todos gritarão “goool” na geral

Não importa em que rede a bola irá entrar

O começo ficará sempre no início

E o fim ficará eternamente em seu devido lugar

Não se chateará da incompetência

Nem se vangloriará da sua fabulosa ereção

Afinal no Dia do Juízo Final

Sem enchimento de saco

Iguais descansaremos enfim

Todos confiáveis e destemidos

Para sempre no tão sonhado Paraíso

Seja bom ou seja insípido

É o que terá de cardápio

O duro é a “merda” do desconfortável caixão

João Azeredo
Enviado por João Azeredo em 02/05/2016
Reeditado em 02/05/2016
Código do texto: T5623475
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