DON'T TRY UNDERSTAND

Não tente entender se o processo político é impeachment ou se é golpe; se é jurídico ou político; se é direita contra esquerda. O cenário está muito claro e não vale a pena perder tempo examinando fatos pincelados pelas versões.

Em outubro de 2014 Dilma Rousseff foi eleita democraticamente. A oposição, representada pelo candidato derrotado Aécio Neves, do PSDB, não aceitou o resultado.

De 2015 até os dias atuais, a PF e o MPF realizaram diversas operações, resultando em várias prisões e aberturas de inquéritos.

O Congresso Nacional em retaliação às operações que passaram a investigar deputados e senadores, passou a votar somente as 'pautas bombas', o que inviabilizou e comprometeu os programas do governo federal.

O presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha, surgiu como um dos maiores beneficiados pelas propinas e foi indiciado no Conselho de Ética. Na véspera da votação ameaçou o governo de abertura de impeachment, caso os parlamentares governistas votassem a favor de seu afastamento.

Como o 'acordo' não foi aceito, no dia seguinte, com apoio de dezenas de deputados investigados, foi aberto o pedido de impeachment na Câmara dos Deputados.

Os históricos de alguns deputados que apoiam o impeachment não deixam dúvidas sobre o caráter do golpe. O deputado pastor Marcos Feliciano já disse que: 'Ser homossexual é escolha, mas ser negro é azar'; O deputado militar Jair Bolsonaro é conhecido por frases fascistas, principalmente contra as mulheres: 'Mulher tem que ganhar menos porque engravida', e foi ainda mais longe quando disse que 'as feministas mereciam o calvário das viúvas'.

Continuando, o pedido de impeachment foi protocolado pelo PSDB, assinado pela advogada Janaína Pacheco, que recebeu R$ 45mil do PSDB para elaborar o pedido e completando, o relator da Comissão do impeachment, senador Antonio Anastasia, foi governador de Minas Gerais e é membro do PSDB.

As coisas estão claras, a Comissão parece Assembléia tucana. Estão tentando apear do poder uma mulher que não é investigada, embora tenha 'pecado' na condução de seu governo, não cometeu dolo, e que proporcionou às instituições condições de atuarem com autonomia. Esse é o escopo do golpe.

Aos desesperados restam o engodo das 'pedaladas' para impedirem a continuidade de um governo legítimo. Protagonizando cenas pífias, como a votação na Câmara, que teve até homenagem a torturador, envergonham o Brasil no mundo.

Ricardo Mezavila.

Ricardo Mezavila
Enviado por Ricardo Mezavila em 02/05/2016
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