A SANTA SANGROU

Dona Risoleta era uma beata dessas que não faz nada antes de se benzer duas ou três vezes.
Tinha uma adoração especial por uma imagem de Santa Rita que trouxera da casa da mãe, quando veio morar na cidade.
Aqui chegando arranjou um lugar especial para a santinha que, segundo ela, fazia milagres.
Ernestina, sua faxineira, mão pesada como poucas, deixou a santa cair ao chão e o pescoço correu pra um lado e o corpo para outro.
Apavorada com o que iria dizer à patroa, pegou um vidro de esmalte, colou o pescoço da santa, recolocou-a em seu lugar e continuou a fazer a faxina
O esmalte, de um vermelho vivo, escorreu até o peito da santa, mas Ernestina não viu.
Quando a patroa chegou e foi agradecer à santa por ter se livrado de assaltantes, pessoas grosseiras, moleques mal educados, etc,  deu um grito de horror!
Meu Deus, a santa está sangrando, só pode ser milagre, ela está viva!
A faxineira, mais que depressa, saiu de fininho e nunca mais voltou, com medo das represálias.
edina bravo
Enviado por edina bravo em 28/04/2016
Reeditado em 04/05/2016
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