Hóspedes Inesperados
A Majestosa amiga cresceu, cresceu e como cresceu !
Entrou janela à dentro,motivo a mais para que mantenha janela aberta, para fechá-la teria que cortar-lhe um braço, isto não me ocorre,sua estada é um convite à visitantes inesperados, o que
me surpreende e agrada.Não sei seu nome, mostrou-me uma dúzia
de suas lindas filhas azuis,ficaram durante semanas a sorrir. Nela pássaros descansam, a chuva dorme,insetos alimentam-se, o sol brinca entre os ramos e escorrega para dentro da sala.
Aqui neste espaço está meu computador, meus livros e várias floreiras,companheiros fiéis,insones tal qual vigilantes do alegre movimento das horas,nutridas por seres alados. Beija Flores e
abelhas os mais comuns.
Numa noite ouvi do quarto um “plofft” , fui à sala acendi a luz,
um susto! Havia no chão caído uma mancha preta,quase uma tragédia...a mancha começou a mover-se, debatendo-se, heis que abre as asas e rasteja... um morcego !Gritei em pensamento!
Que fazer? Como removê-lo dali ? Sem chances.Peguei um balde, coloquei sobre ele e uma pedra, assegurando-me de que o bichinho não saísse. Na manhã seguinte pedi auxilio a faxineira que retirasse
o passageiro e o devolvesse a natureza. Ela teve medo e por sua vez chamou o zelador,que jamais havia estado em meu espaço “sagrado “! Isto fez-me pensar em fechar a janela à noite, porém desisti, não podia resistia àquele galho formoso que estendido
já fazia parte de mim .
As formigas com seus desfile são minhas meterioligistas,quando
o tráfego é intenso,janela à dentro certamente haverá um tempo chuvoso.
Uma borboleta,certa vez,pousada dias sob o toldo amarelo anunciou-me uma tempestade terrível, ventania no Estado, que
aqui gerou uma umidade excepcional.
Hoje na hora do almoço sentei-me para ler , novamente, alguns poemas dum amigo,trovejava e relampeava muito, a chuva espessa respingava-me as costas, pois sentei-me bem próxima à janela para usar a luminosidade rara do dia, após uma estrofe,como de costume, ergui os olhos, olhei para o nada, este nada é uma estante com
um vaso verde de vidro que herdei de minha avó, nele uma haste artificial de cor amarela. Para minha surpresa havia pousado neste uma ENORME “coisa ” verde ! Como reluto em utilizar meus óculos de leitura, visto que com a luminosidade do dia “enxergo muito bem “
( risos) !
Entretanto aquela coisa verde ...o que era aquilo ?! Céus era perigosa? Levantei-me da poltrona cuidadosamente, saí da sala disfarçando que a estava olhando , a “coisa”, o que fazer? como remover o inseto imenso ? O que era aquilo? Puxa é verde...
dizem que gafanhotos verdes trazem sorte. Removo ou não
removo ? Decisão tomada à favor da remoção uma vez que o gafanhoto,dei-lhe um nome.Deveria estar equivocadamente ali pousado. Peguei uma vassoura e delicadamente cutuquei-o para
que subisse nela. Assim ocorreu, estendi a vassoura para fora da
janela e sacudi o bichinho, peguei carinho! Ainda olhei para o
gramado procurando-o, assegurando-me que ele tivesse feito uma boa viagem .
A chuva havia parado, porém dúvidas bailam em pensamentos, deveria eu tê-lo abrigado, teria ele procurado uma acolhida segura
da chuva, que conforme seu anúncio continuará ?
Bem, estou confiante na sabedoria do querido “gafanhoto “,
creio que haverá de encontrar proteção sob a copa da verde amiga
e a outros queridos “esquisitos “ faça companhia !
Sinceramente tive receio, o que impediu-me de alojá-lo de forma que ambos ficássemos à vontade .
No futuro. pretendo, estar mais atenta aos sinais e, providenciar um abrigo confortável aos meus “hóspedes inesperados” .
Agosto 2004