Mensagens que edificam - 182

Certa vez ouvi um amigo dizer que estava passando por uma crise existencial. Foi a primeira vez que tive contato com esta expressão tão comum na atual conjuntura, mas confesso que fiquei um pouco perdido com o real significado daquilo, pois a minha pouca idade e a minha inexperiência ainda não tinham me capacitado para entender o que seja realmente uma crise existencial. Hoje, já é algo quase banal. Quem não vive algum tipo de crise que se manifeste e receba os meus parabéns. Na verdade, estamos muito além de simples crises, convivemos hoje com conflitos que não poupam mais nem os mais tenros. No meu tempo de criança, na escola, bons puxões de orelha aplicados pelos professores e castigos, como não sair da sala de aula na hora do recreio era rotineiro. Hoje, qualquer prática semelhante a estas se transforma em caso de polícia. Nossas crianças tem uma liberdade tão grande que pode perfeitamente ser classificada como libertinagem. No meu tempo não existia essa história de bullying e qualquer "encarnação" era resolvida na saída com uma sessão de "porrada", salve-se quem puder e subia uma poeirada. Esta nova geração não está sabendo lidar com esta realidade equivocada onde princípios que norteiam a boa conduta não podem mais serem praticados, sob risco de punição para quem ousar corrigir quem está pensando que é dono do mundo e pode fazer qualquer coisa. Não é por acaso que presenciamos tantos casos de menores sob cuidados psiquiátricos e alto índice de suicídio na primeira idade. De quem será a culpa? Da modernidade? Das falhas cometidas pelos educadores e didatas? Pelos governos irresponsáveis que planejam um caos premeditado para implantar seus projetos escusos de dominação? Ou será que você concorda que tudo isso é falta de Deus no coração? Na última hipótese, posso te garantir que tudo que está acontecendo é manifestação de ciclos da humanidade. As civilizações sempre tiveram suas crises de identidade, e não é por acaso que num passado não muito distante, etnocídios e genocídios eram praticados com frequência, como manifestação clara de que a perpetuação de uma raça implicava em dizimar completamente outras. Os navegadores e "descobridores" que o digam. Prova viva disso também pode ser encontrada na própria Bíblia Sagrada, onde dezenas de relatos dão conta de milhares de pessoas que foram mortas para que outras prosperassem. Mas espere! Os problemas de crise existencial abordados no início desta dissertação não deram num dado momento a possibilidade de que a explicação para que isto tenha se agravado tanto pode ser falta de Deus no coração? Como explicar então que um deus tenha sido o mentor de massacres terríveis? Talvez você diga que os tempos eram outros, mas eu devo salientar que enquanto ser vivo, dor é dor, sangue é sangue, sofrimento é sofrimento, e vida e morte se degladiam nas mãos e na mira de quem resolve se guarda a arma ou atira. Será mesmo conveniente incluir Deus nesta história de crise existencial?

Lael Santos
Enviado por Lael Santos em 27/04/2016
Reeditado em 27/04/2016
Código do texto: T5618460
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2016. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.