UM FIO DE BARBA.

EU NASCI HÁ DEZ MIL ANOS.

Crônica de Honorato Ribeiro.

A minha mãe contava-me uma historia do brio dos homens que um fio de barba valia a sua moral, a sua palavra e sua honradez. A palavra era honrada e, até mesmo, um fio da barba que arrancava e enviasse a qualquer pessoa, era como se estivesse recebendo uma taça de ouro. E ouvi, quando criança, muitos idosos afirmarem que era assim mesmo, o valor de um fio de barba do homem honrado. Ainda conheci, aqui, homens assim. A sua palavra não tinha meio termo: é ou não é... Mesmo perante a morte não voltava atrás. Essa palavra se chama “Verbo” “ser ou não ser, eis a questão”. Mas, hoje, os colarinhos brancos, cabelos brancos não usam mais o fio nem de barba e nem de novelo para descobrir o monstro colossal, aquele Minotouro: metade homem, metade touro, na mitologia grega. E a caverna do labirinto se tornou um grande quebra cabeça para o Moro!... Por que aconteceu não possuir mais o fio de barba? Mas um fio de barba fora, há mil anos atrás! E nós assistimos progredir muito a desonrar à “Pátria Amada Idolatrada, Salve, Salve”! Salve-se quem puder de tanta falta de fio de barba! Muitos, hoje, “têm vergonha de ser honesto” e mais ainda: “Rir-se da honra” e com a covardia por ter privilégio na Mídia, e esta se calou por conveniência própria, ator do ato mais mesquinho cospe no prato de uma senhora almoçando num luxuoso restaurante e, sem escrúpulo nenhum, ainda cospe na sua cara, pois, a comida do prato dele e sua face de mulher que não foi ainda libertada, é menos que a sua sigla de uma estrela que nem no céu existe! O céu, abóbada celestial tem luz própria, quem cuspiu na cara da senhora, não tem luz própria e nem é iluminado; é cheio de trevas. O que dizer de tal arrogância e prepotência? O Brasil e os brasileiros que clamam por justiça são verdadeiros profetas da era moderna. Chegou agora em todas as avenidas o profetismo da “Grita”!

A corrupção avança mais forte do que aquela maré que quebrou a passarela lá no Rio de Janeiro. Arrebenta todo e não há engenheiro que possa consertar e nem Beethoven fazer um concerto em lá menor com a sua sonata “às estrelas”! Somente por causa de um fio de barba que não existe mais em certos políticos nesse País afora!

Por isso eu digo e confirmo que “eu nasci há dez mil anos atrás!” Quem está defendendo os corruptos não tem sequer um fio de barba para enviar aos nobres homens honrados desse colossal País, como diz o compositor, Orestes Barbosa com a sua valsa: Chão de Estrela. Que bela composição! Ela é considerada como sendo nosso Hino Brasileiro! Que é um belo País de suas águas cristalinas, suas praias e mulatas, porque o samba nasceu aqui, nas senzalas graças a Zumbi! É preciso que haja muitos zumbis, a fim de que esta Pátria amada seja limpa de tanto lamaçal que os corruptos fizeram manchando a nossa honra de tantos homens que ainda têm um fio de barba como uma palavra que lhe faz jus. Mas confio na justiça; mas um dia, ficaremos limpos desses que não possuem mais um fio de barba sequer para arrancar e darem para sustentar a suas honras que perderam o brio e o pudor há muitos anos! Não são metáforas e tampouco hipérboles as minhas simples palavras, mas deveras, entre tantos que assumem o poder de administrar e de legislar, não têm sequer um fio de barba para dar-lhe como palavra de honra, moral e de caráter! Por isso eu digo que “eu nasci há muitos anos atrás”!

hagaribeiro.

Zé de Patrício
Enviado por Zé de Patrício em 27/04/2016
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