Entre abraços e sorrisos
Dois amigos se encontram em um bar qualquer da cidade:
- E ai, como que está? Vai votar no Fulano?
- Não...Eu vou de Ciclano!
- Mas porque homem velho? O Fulano é muito melhor que o Ciclano?
- Pode até ser melhor, mas ele é muito exibido, passa pela rua e faz de conta que nem conhece a gente.
- Não é que ele seja exibido, é que ele é um cara, mais na dele.
- Pois para mim, ele é muito exibido. Já o Ciclano está em todas as festas, paga cerveja pro povo, conversa com a gente, enfim, trata a gente como gente.
- Mas ele já foi prefeito e não foi lá essas coisas!
- Isso é verdade; mas ele é povão. Não mede lugar para chegar e dar um abraço no cara.
- Mas você prefere um prefeito que te dê um abraço ou um que faça um bom governo e te dê estradas boas, educação e saúde de qualidade?
- Nunca pensei nisso!
- Pois então?
- Mas eu gosto que as pessoas me tratem bem.
- Mas se você quer alguém que te dê abraços e te faça carinho devia arrumar uma mulher e não um prefeito.
Os dois riram e passaram a falar de futebol, só para variar.
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A nossa democracia é ainda uma jovem e por consequência,nossa mentalidade eleitoral ainda não entendeu o que é importante no momento do voto. Por incrível que pareça, o eleitor ainda vota movido pela emoção. Prefere o candidato que mais lhe faz sentir bem, e não por competência. A grande verdade é que em nossa jovem democracia, competência nunca foi pré-requisito para se tornar político. O carisma conta mais do que a competência. Os sorrisos mais do que as propostas e o dinheiro mais do que a preparação para exercer a função em questão.
Está muito mais próximo do sucesso nas urnas um candidato que tenha um histórico formado em bases do povo, participando em festas e aglomerações do que um candidato formado pelos bancos colegiais e acadêmicos.
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A ironia disso tudo é que para você exercer qualquer outra função vai precisa de especialização e na grande maioria das vezes de registro para tal. Se você quiser ser advogado, precisa de curso de direito mais a aprovação na prova da OAB, mas se você quiser ser o legislador, ou seja, um dos responsáveis por criar, mudar e legislar sobre as leis que serão depois usadas pelo advogado, você precisa apenas convencer o povo a votar em você. Independente da forma com que faz isso. Que diga o Tiririca.
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Lula era um dos políticos mais carismáticos da politica brasileira. Você ouvir o Lula dos anos 90 era ouvir alguém como você falando algo que você queria ouvir. Ele era a mistura perfeita daquilo que o povo parecia querer com aquilo que o povo queria ser. Ele mudou no inicio dos anos 2000 quando percebeu que para ser presidente precisaria de algo a mais e então encontrou através de alianças e de um trabalho de marketing louvável uma mistura de homem do povo, com competência e preparação. Conquistou apoio de grandes empresas e manteve o apoio do trabalhado. Aliança perfeita. Até Lula virar presidente e transformar o país num balaio de gato.
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Eu sei que há quem diga que os mandatos do Lula foram bons, mas não podemos demodo algumdeixar de perceber que muito do que está ruindo hoje é herança do ex-presidente. O escândalo na Petrobrás não começou no governo Dilma, se acentuou com ele, mas virou rotina ainda no tempo do Lula. Basta olhar para o número de homens do ex-presidente que hoje estão com o lodo até o pescoço.Resumindo, o carisma de Lula, o discurso dele, e a mascará bem elaborada sobre uma gestão fracassada ainda engana a muitos. Que digam os ferozes Lulistas presentes nas redes sócias.
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2016 tem eleição. Então quando for votar, pense no que vale mais para você: Um falso abraço ou sorriso ou estradas decentes? Um aceno ou aperto de mão lábioso, ou uma farmácia publica onde não faltem remédios? Um discurso abarrotado de promessas ou um plano que consiga valorizar o comércio e a indústria? Uma cerveja numa festa ou um plano que dê melhorias para a agricultura?
A verdade é que pessoas carismáticas, cheias de dengo e sorrisos, são ótimas para serem amigas, às vezes até marido e esposas,mas nem sempre são competentes o suficiente para serem gestores públicos. Que diga o Lula e os seus.