SEM LÁGRIMAS
Antiga colega de escola e amiga sofre de câncer, já em estado terminal. Encontra-se reclusa em casa, com internamento esporádico em hospital. Todas às vezes que a visito, batemos longo papo, recordamos episódios passados e rimos bastante. Como é difícil despedir dela, fragilizada como está. Mas ela tem ânimo elevado. Nem de longe, imagina que pode deixar a gente para sempre.
Na semana passada, a mãe mandou-me recado. A filha está na iminência de partir e quer me ver. Que direi a ela, sabendo que poderá ser o derradeiro encontro? Pode parecer covardia, mas decidi não ir. Fui dando desculpas...
Levei uma rosa vermelha e deixei na sua lápide. Com saudade, muita saudade, mas sem lágrimas...Como ela desejaria, com certeza.