POR FALTA DE UM GRITO, SE PERDE UMA BOIADA.

Isso é ditado antigo, da época em que o gado destinado aos matadouros era levado por peões, montados a cavalo que usando a própria voz, mantinham os animais unidos para que nenhum deles se extraviasse nas estradas poeirentas, capoeiras e matas por onde eles passavam.

O progresso trouxe o caminhão de transporte para o gado, mas o ditado permaneceu e acho que se aplica na atual situação do Brasil.

Enquanto Dilma não sair, estamos à deriva, como nau sem rumo, sem leme, sem timoneiro e sem bússola.

Quando Temer assumir a presidência, apostaremos parte das nossas fichas no novo governo.

(Não dá para apostar as fichas maciçamente porque corremos sério risco de perder todas elas.).

E por estarmos do outro lado do poder, por sofrermos as consequências dos acertos e desacertos governamentais, podemos dar a nossa opinião, na esperança de que chegue aos participantes do governo, e que alguém que pense como nós pensamos a implemente nesse novo governo que, esperamos, seja virtuoso.

(Não custa sonhar com o irreal...).

Todos sabem que o principal entrave da nossa economia é a carga tributária. Pagamos em média 45% sobre tudo e qualquer coisa, não importando se é medicamento, alimento, vestuário, transporte, lazer, cosmético, bebida alcoólica ou fumo.

Então que se faça inicial e linearmente, a redução de 10% em todas as taxas e de forma escalonada, reduções dessas taxas até chegarmos ao imposto único de 2% sobre o consumo. Claro que devem ficar de fora dessa taxação, os medicamentos, os alimentos e os serviços essenciais, como água, luz, telefone, ensino, etc. Que 50% do valor arrecadado fique no município onde se deu a transação, 25% fique no Estado da Federação e os 25% restantes vá para o Tesouro Nacional.

Que se abra o mercado para instalação de novos bancos, operadoras de comunicação, indústrias de base, concessionárias de transporte (aéreo, terrestre e aquático) e que se acabe com as isenções de igrejas, fundações, institutos, partidos e dos próprios políticos.

Que o imposto de renda deixe de incidir sobre os salários e seja aplicado sobre o que é realmente renda, quer seja das aplicações, das grandes fortunas, dos juros bancários, dos dividendos, dos aluguéis de móveis ou imóveis, etc.

Por outro lado, que se reduza drasticamente a máquina administrativa e sejam contratadas empresas de auditoria externa para auditar todos os contratos, conclusos ou não, e nos programas sociais, recadastramento dos beneficiários em todos os municípios, por pessoas participantes ou ligadas às forças armadas (para melhor controle e vigilância) e que os fraudadores respondam pelos crimes cometidos, além da devolução de tudo o que foi recebido indevidamente.

Que, em curto prazo, o congresso discuta e implemente as modificações necessárias na constituição para flexibilizar as cláusulas pétreas e as obrigatórias que engessam a máquina pública sem espaço de manobra e que sejam imediatamente afastados dos cargos públicos, quaisquer denunciados por crime de responsabilidade ou decoro.

Que sejam extintos os cargos comissionados e as mordomias dos participantes dos três poderes da república, cujo acesso se dará exclusivamente, ou por concurso ou por eleição e que se modifique o regime representativo para o distrital, com parlamentarismo e cláusulas de barreira para acabar com a farra da formação de partidos políticos os quais, a exemplo dos sindicatos de trabalhadores, deverão ser custeados, exclusivamente, por seus associados.

Que em médio prazo sejam convocadas pessoas de notáveis conhecimentos para reverem as diretrizes e os currículos do ensino em todos os níveis, principalmente no ensino básico, a fim de reverter o desastre que se tornou o ensino no nosso país.

E para nos poupar da vergonha de termos congressistas do naipe atual, que seja exigida a formação superior, com pós-graduação em curso de política, para os cargos legislativos e executivos cujas posses só poderão ocorrer depois de aprovados os gastos de campanha. (Talvez assim eles esqueçam os próprios umbigos e pensem como estadistas).