ENTRE ROBÔS E HUMANOS
A patrulha deslocava-se na quarenta, o olhar do patrulheiro expectante observava pessoas, veículos, enfim o ambiente, até onde a vista alcançava. A observação prendia-se aos preceitos acadêmicos e a vivência do dia a dia.
Lá na frente faz a conversão um veículo, sem que o motorista sinalizasse, mesmo com película os policiais notaram que havia quatro indivíduos, aparentemente jovens, de boné e que varriam com o olhar as cercanias, então o motorista acelera e sai cortando os demais veículos.
Mis adiante ele fica preso entre outros veículos porque o sinal fechou. Seis ou sete carros atrás os policiais pedem ao centro de operações as informações referentes ao veículo e vem a resposta, que as placas pertenciam a um veículo de características diversas ao observado. É dado o alerta com as informações do deslocamento e é solicitado apoio para interceptação.
Algumas quadras adiante o veículo converge para uma via de menor movimento e assim imprime maior velocidade e não tarda para constatar que havia um veículo da polícia o acompanhando e então acelera mais.
A viatura policial aproxima-se e recebe vários tiros, que são respondidos. Mais adiante é montada as presas uma barreira, através de dois veículos da polícia que são atravessados na via. Sem outra alternativa os perseguidos fazem um “cavalo de pau” e retornam na direção da viatura que os perseguia. Ao se cruzarem relembram dois cavaleiros medievais que se enfrentavam com lanças, entretanto nos tempos modernos são projéteis, quase sempre do lado dos bandidos, projéteis, de maior potencial, competentes até para furarem blocos de motores, quanto mais um corpo humano.
O veículo perseguido desgoverna-se e colide com um muro, propiciando um intenso tiroteio. Um dos ocupantes do veículo salta e parte na direção de um dos policiais, já sem balas joga fora a arma e continua correndo, sendo alvejado novamente, caindo. O policial em meio ao tiroteio entre seus colegas e demais bandidos, não consegue derrubar de vez o bandido que tentava levantar-se, então ele desfere mais tiros, até que ele tombe definitivamente. O policial mesmo sem ter certeza do óbito dá-lhe as costas e continua no combate.
A cena é pausada bem neste instante e o ROBOCOP, discorre do porquê dos tiros dados pelo policial até que ele fosse imobilizado por definitivo. Ele começa com a afirmação de que no primeiro tiro teria encerrado o embate, pois um projétil teria sido o bastante, bem entre os olhos do oponente. Sorridente compara como que deu nos órgãos genitais do estuprador, numa das cenas do filme que participou, que inclusive passou entre as pernas da vítima.
Um dos assistentes, pergunta ao ROBOCOP sobre o que teria acontecido se ele tivesse errado e o bandido tivesse logrado êxito em acertá-lo, como teria sido o desfecho do embate. A resposta abre duas possibilidades:
- Se não fosse um tiro num circuito vital eu corrigiria o erro e o acertaria com dois tiros mortais, se eu tivesse ficado fora de combate, um policial convencional o acertaria até que ele não representasse mais perigo.
Se o meu dano fosse num circuito vital, dois ou três dias depois eu estaria de volta às ruas para continuar a proteger a sociedade, se o dano fosse no PM, então teríamos uma choradeira geral, que alguns dias depois cessaria, talvez encoberta por outro policial abatido.
Itamar Castro
Da série na quarenta – quarenta era o código de comunicação da polícia militar para designar as rondas preventivas e de inspeção a locais, que eram executadas em média a 40 km/h.