Desculpa por nunca saber o que falar
Pode parecer engraçado, mas nunca sei o que falar em determinadas situações. Quem me vê dia a dia deve achar que estou enlouquecendo ao dizer isso, pois falo o tempo todo, até mesmo sozinho, estou sempre entoando palavras. Mas nos momentos que mais preciso não sei o que falar. É estranho.
Contigo então, devo lhe pedir desculpas por nunca saber o que falar, mesmo que conversemos por horas – o que fazemos com frequência – o que eu realmente gostaria de falar, não sai. Acho que a primeira vez que travei e não sabia o que te falar foi quando assistimos ao primeiro filme juntos, pouco tempo depois de ter te conhecido. Tanto que te enviei uma mensagem no outro dia dizendo o que havia passado pela minha cabeça. Que cômico.
Lembro-me de inúmeras outras vezes em que não soube o que falar. Como naquele dia enquanto te fazia cafuné, tinha tanto a dizer e nada saiu. Podia pelo menos ter dito baixinho no teu ouvido “durma bem” antes de você dormir, mas nem isso consegui. Lembro também das palavras que me engasgaram naquele dia na escada da sua casa, quando decidi te dizer o que sentia por ti. Eram tantas palavras e nenhuma saiu da minha boca. E sobre esse dia ainda, lembro da batida em minha cabeça, ficou doendo a semana inteira minha testa. E falando em testa, como esquecer aquele beijo que dei na sua? Aquele dia tinha tanto pra falar, mas me embaralhei todo, como de costume, e o que saiu foi aquele beijo. Ah, foi um carinho, mas não era o que eu queria, entende? Queria falar muita coisa que fui incapaz.
Tantas situações em que a vontade de falar era tanta e as palavras que saíram foram escassas. Enfim, desculpa por esse jeito torto, meio desengonçado e enrolado. Desculpa por nunca saber o que te falar.