Foi nesta vida que o acaso me fez ter o desgosto e a glória de testemunhar uma mulher em sua essência mais heroica. Solitária, num mundo de homens covardes e traiçoeiros, ela resiste.
 
A história tende a ser cruel. Quando jovem, foi torturada, massacrada por gorilas sem paixão e sem limites que assassinavam ideais; na maturidade, ela precisa enfrentar as mesmas criaturas sem escrúpulos e reeditadas numa encadernação de mau gosto. Olho para a Dilma e lembro-me dos versos de Fernando Pessoa: “Mas cada um cumpre o Destino (...) pelo processo divino que faz existir a estrada e, se bem que seja obscuro tudo pela estrada fora, e falso, ele vem seguro, vencendo estrada e muro...”
 
A força do caráter acende a chama irrefutável e é nos olhos da Presidente que eu a vejo crepitar na cor mais intensa. Quanto mais a empurram para o abismo, mais as suas palavras ecoam pelo mundo. Os canalhas tremem a cada passo em sua direção, transpiram medo, desconfiam que se a vencerem estarão, também, derrotados. Que façam todas as críticas contra a Dilma, que apontem todos os erros, mas no fim não haverá como negar a sua grandeza. Cada punhal cravado pelas costas envergonha o traidor. Olhem para a Dilma, vejam o exemplo, ela não recua, não aceita se submeter, é nesse tipo de mulher que está a melhor porção de todos nós. É a coragem que cresce com a ocasião, escreveu Shakespeare. Não tenho vergonha de dizer o quanto a admiro, me envergonharia se não dissesse, me arrependeria se não gritasse: “Fica, querida”.
Alexandre Coslei
Enviado por Alexandre Coslei em 22/04/2016
Reeditado em 23/04/2016
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