ERA QUASE AMOR!
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Era quase amor o que nascia em seu coração. Como se fora segredo, vivera sua vida de sonhos! Enfim ele surgiu, vindo de longe, talvez de outras épocas e, somente agora acontecia este encontro à distância, que despertava sentimentos alvoroçados em seu coração. Seria amor? Seria paixão? Atração? Talvez fosse uma forte atração nunca antes sentida, de tal forma intensa que perturbava-lhe os pensamentos, avançava em seus sentidos, dominando-os.
Confundia-se! Questionava-se! O que seria? Buscara tanto! Será que se iludia? Decidiu dizer-lhe de si mesma, o que lhe ia na alma, a começar pela sensação de desejá-lo perto... Será que a compreenderia? Será que... ah! Quantas dúvidas! E se lhe dissesse o que sentia e ele se afastasse com receio daquela intensidade? Não era o que lhe ia na alma, mas na alma dela! Não era ele quem sentia e sim ela!
Não a compreendeu! Recriminou-a! Não percebeu sua angústia tentado se explicar. Falava de si e agredia sem sentir que suas palavras feriam. Que pena! Se a tivesse ouvido até o final daquela confissão tão íntima teria entendido que, sentimentos quando chegam, não pedem passagem para entrar. Apenas invadem a alma, o coração, apossando-se da razão... A emoção aumenta...cresce...ocupa espaços...dilata-se como se o corpo lhe pertencesse. Os sonhos mudam sua direção e viajam nas asas da fantasia, dos desejos que se tornam até agonias! Não escolhemos o sentimento que se apossa de nós! Quando se aproxima, penetra-nos, abre as portas e se aloja. Sempre encontrará espaços em corações vazios, em almas sedentas!
Que pena ele ter interrompido o que começava, sem permitir o avanço de algo que poderia ser, quem sabe, o momento feliz que tanto esperava e desejava... Voltou-se tristonha para seu mundo, o mundo em que mergulhara sozinha mesmo quando acompanhada! Olhou ensimesmada a lua que enchia de luz o firmamento!
Disse a si mesma que não lamentaria, embora seu coração se confrangesse...disse que não choraria embora as lágrimas aflorassem...disse que esqueceria embora a presença dele fosse tão viva... Afinal, nada lhe prometera! Não havia culpas! Apenas sentimentos que se deixavam levar pelas sensações! Era um caso tão comum, desses que a gente chora na solidão que nasce também sem ser convidada. Ela apenas chega e... o espaço aberto é tão grande... como se estivesse reservado para ela! Quem não viveu momentos assim?
Escreveu, naquela noite, o seu monólogo:
"Estou só, comigo mesma, pensando em mim! Acalma-te coração! Não percebes que estou tentando deter a angústia batendo à porta do meu silencioso recanto? Cala-te! Não te agites! Se o meu pranto te escutar, a tristeza adormecida poderá me encontrar. Sou eu comigo e em mim, afastando essa saudade que nasceu antes de uma despedida e, batendo à minha porta, insiste em entrar! Que venha! Vou deixá-la ficar! Fará parte do meu silêncio."

Naget Cury, 20/04/2016 - 01:46:12. Em uma noite que ficou vazia!
Najet Cury
Enviado por Najet Cury em 21/04/2016
Reeditado em 02/03/2019
Código do texto: T5611442
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