MORDERAM O MEU MIL FOLHAS
Era uma tarde chuvosa de inverno, no hall de entrada do prédio inacabado Ginásio Estadual Padre Rambo, num dos cantos estava o bar terceirizado, bar que além de levar nossos trocados, nos protegia dos ventos e chuvas que vinham do leste.
Todos os dias nos acotovelávamos para comprar alguma coisa durante o recreio e eu sempre pedia um mil folhas. Naquela tarde só levantei o braço e lá veio o dito, mal tinha agarrado-o e veio o Caio e deu-lhe duas mordidas que devoraram pelo menos a metade do doce. Caio era uma besta, então resolvi queixar-me na direção. Na mesma hora veio a sentença para que ele me pagasse um doce e como ele disse não ter dinheiro no momento, até hoje ele me deve meio mil folhas.
Dilma poderá ir até a direção, muitos poderão concordar que ela perdeu o cargo através de uma maracutaia , mas tê-lo de volta serão outros quinhentos.
É melhor que eu esqueça a metade do mil folhas e que ela esqueça do cargo.
Nos encontramos na cantina Dilma, pois é assim que denominam os bares escolares nos dias de hoje, ou não!