AMIGO

AMIGO

Todos nós, homens, mulheres, adultos ou crianças, temos um ou mais amigos de nossa predileção. O instinto gregário nos impulsiona sempre a buscar novos contatos, novas amizades que ao longo de nossas vidas, vai formando uma vasta rede de contatos, pequena para alguns, imensa para outros. Nessa rede incluem-se os amigos do barzinho da esquina, os de sala de aula, os de profissão, do trabalho, da vizinhança, da igreja e de tantos outros segmentos nos quais possamos ou queiramos nos inserir.

Diz uma adágio antigo que “ um amigo se faz a partir do primeiro toque das mãos”, talvez por isso os políticos tenham tantos e incontáveis amigos(?). Mas não é a respeito desse tipo de amigo que escrevemos, mas sim daquele que chega em nossa vida e, sem pedir licença, nela se instala e nos cativa de tal modo que passa a fazer parte de nossa família, de nossos dias. Está sempre por perto e, sem nada dizer, nos dá a garantia de que conosco é solidário. Ao se nos doar, nada nos pede, nada nos impõe mas deixa-nos transparecer através do olhar e das ações, que realmente se sente feliz pela prática solidária da ação que, sabendo ou não praticá-la, sente-se bem ao fazê-la.

Esse sentimento solidário está bem mais presente na convivência dos mais humildes, onde é comum o empréstimo de uma xícara de açúcar para adoçar o café do vizinho, cuja despensa está desabastecida.

Em nossa trajetória pela vida nos tempos atuais, “fazemos” muitos amigos, inclusive o chamado “amigo da onça” – aquele que nos cede uma xícara de açúcar e nos solapa todo o café. Desses, existem aos milhares e estão sempre à espreita para atacar, travestido de cordeiro. Ambiciosos, incompetentes ou mal-amados, multiplicam a discórdia com a mesma facilidade com que esboça um sorriso.

Ser e/ou ter um bom amigo, é uma dádiva só encontrada no seio de uma comunidade, cujos cidadãos possuem boa índole e boa formação, qualidades estas, herdadas e adquiridas através de seus mais leais amigos: os pais. Nestes, podemos confiar. Sintetizam a mais sublime demonstração de amor e amizade. O contrário é exceção.

Primar pela continuidade de uma boa amizade, não é apenas um compromisso que pode ser desfeito ou desrespeitado a qualquer momento. É uma obrigação de quem a tem. Mantê-la fértil e farta, significa manter um ciclo evolutivo capaz de repassar para as novas gerações, o sentimento de felicidade que invade a vida e ecoa no tempo de quem é amigo.

Rui Azevedo – 10.07.2007

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Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 11/07/2007
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