É...E AGORA?
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Sem motivos para comemorar, o Brasil viu um Tribunal "Democrático" Medieval de Exceção, composto por mais de 500 representante de mais de 37 partidos, dos quais pelo menos 200 deles, de 26 são investigados pelo STF, presidido pelo ilustre investigado presidente do PMDB, Eduardo Cunha, decidiu pela admissibilidade da cassação da presidente da República do Brasil. Eduardo Cunha protela há 8 meses seu pedido de perda de mandato pela Comissão de Ética, acusado ter mentido na CPI da Petrobras que iniciava as apurações da “Operação Lava Jato”, negando a existência de quaisquer outras contras pessoais, além das que ele declarara à Justiça Eleitoral e ao Imposto de Renda. No decorrer das investigações, foi descoberto que ele mantinha cinco contas bancárias na Suíça, não declaradas à Justiça Eleitoral e nem ao Imposto de Renda. Descobertas as contas, incialmente, negara que as possuíssem, depois que eram recursos recebidos de “exportações” que fizeram para o exterior; depois dissera de novo que não era beneficiário do dinheiro e, por fim, a Justiça da Suíça confirmou os movimentos bancários e ele, ainda nega que sejam proveniente de dinheiro de propinas na Petrobras.
Comparecendo e depondo na CPI do que começava as investigações da “Lava Jato”, conseguiu ser eleito presidente da Câmara e ouviu do presidente da Comissão de Ética e de vários outros parlamentares, durante o julgamento do processo de cassação, pedidos para que ele permitisse a mesma celeridade e esforço parlamentar que impusera no processo contra a presidente Dilma Rousseff, porque seria o próximo a ter cassado o mandato. Agora, Eduardo Cunha, que ouviu tudo calado, ameaça pedir as fitas de áudio das acusações e ameaça processar todos os deputados federais no STJ. Se vai conseguir guarida ou não ao seu pleito ilegítimo, não sei dizer! Mas sei que a decisão do ministro Marco Aurélio de Melo para que também abrisse processo de impeachment contra o vice Michel Temer pelos mesmos crimes que respondia Dilma Rousseff, ficou esquecido!
Enfim, terminou o primeiro tempo do ridículo jogo de vaidades e de manifestações pessoais já esperadas, tudo visando as próximas eleições municipais, estaduais e federais. Dilma Rousseff ainda terá um segundo tempo de jogo, agora no Senado da República, onde também já começaram as articulações políticas! Durante todos os votos, pouco se falou sobre as razões do processo de impedimento contra a presidente e muito se falou sobre outras coisas e invocação do nome de Deus para justificar o seu voto. Usaram de os eleitores dos seus Estados e nomes de esposas, mães, filhos, avôs, pais e até de crimes ocorridos há mais de 20 anos no Estado do Pará e poucos mencionaram os reais motivos porque estavam decidindo. Foi uma vingança e não um julgamento; um linchamento contra um Governo que não vai bem, mas poderia ainda se salvar se houvesse o mesmo empenho para uma coalisão nacional. Todo o circo armado na Câmara Federal pareceu mais uma brincadeira parlamentar do que a cassação de um mandato legítimo de cinco anos. Alguns parlamentares confessaram que estavam votando pressionado pelas ruas porque em 2018 haverá eleições federais, estuais e municipais. Isso tudo repercutiu pessimamente na imprensa internacional, mas teve um eleito psicológico na sociedade, que soltou fogos, bateu panelas... As duas ausências na votação na Câmara Federal, foram por razões médicas, apenas e não por influência de alguém em particular.
Querendo ou não admitir, um efeito “manada” se registrou entre os parlamentares: os que votavam SIM eram ovacionados como se fosse a comemoração de um gol em uma partida de futebol; os que NÃO, eram vaiados pelos seus colegas parlamentares a favor do impeachment. Todos ficavam ao lado do microfone no centro do plenário, sentindo o cheiro de carne apodrecendo. Não se chuta ser humano quase derrotado; mas trata-se e o cura. Não existiu votação democrática. No máximo, poderia dizer que foi uma votação “empurrocrática”, Dentre os parlamentares que queriam e votaram pelo impedimento da presidente da República, pelo menos 200 de 25 partidos estão sendo investigados por corrupção e envolvimento na “Operação Lava Jato”, no STF, inclusive quem a presidia, que responde a 22 investigações no STF e um pedido de perda de mandato na Comissão de Ética da Casa, há pelo menos 8 meses se julgamento.
"Que Deus tenha misericórdia dessa Nação" disse Eduardo Cunha ao declarar o sim de seu voto pelo SIM. “É...que Deus tenha misericórdia dessa Nação”, na qual corrupto preside reunião para depor uma presidente eleita pelo voto popular. Não seria melhor propor um Governo de Colisão em fez de tentar tirá-la? Não sou PT, não defendo bandeira, não tenho preferência política por partido A ou B, mas poderão ficar amargas lembranças do Governo do PMDB, mais uma vez, como já ficaram de outros partidos também!
A Câmara Federal virou um grande balcão de negócios lícitos e de outros ilícitos, escusos e inconfessáveis! É..e agora?