Recordações

Manhã de inverno. Abro a janela do meu coração. Um sol sorrateiro entra e me aquece. Traz em seus raios as lembranças de minha infância. Brilha assim o rosto de minha avó materna. Ela realmente marcou a minha vida.

Era uma mulher pequena, de olhar expressivo e de poucas palavras. Dona uma personalidade forte; foi professora primária e diretora de escola, numa época em que o magistério era respeitado e valorizado. Ficou viúva quando minha mãe estava com um mês de vida. Após algum tempo casou novamente, com um homem muito especial, que eu amei como se você meu verdadeiro avô.

Ela gostava de plantas e de cuidar dos seus canários – belgas. Nas manhãs, enquanto eu brincava aos seu pés, lia em voz alta, o jornal do dia. Apesar de parecer muito contida, sabia ao seu modo, ser muito carinhosa. Ainda sinto do ar, o cheiro de seu café feita na hora.

O do sol também me lembra o tempo que eu passei Rio de Janeiro. Eu tinha uns 7 anos. Fiquei pouco mais de uma semana, na casa de uns parentes. Lá, passei os dias brincando na areia de uma construção, fazendo de “carrinho”, uma velha lata de azeite. Na volta foi uma choradeira geral, até convencer minha mãe trazer a tal lata para Vitória.

É sempre muito bom recordar. Afinal, não existe nada mais delicioso de que se aquecer de lembranças de infância , e de tantas outras que nos confortam a alma.

Roberto Passos do Amaral Pereira
Enviado por Roberto Passos do Amaral Pereira em 11/07/2007
Reeditado em 07/08/2007
Código do texto: T560870