Tá vendo que nem sempre é fácil se comunicar?

Comunicação é um troço meio estranho. A gente nunca sabe se está indo bem, se está certo. E também nunca sabe se é realmente muito complicado, ou fácil demais (tão fácil que até complicamos).

É preciso tomar cuidado com o tom da voz, pra não parecer prepotente, arrogante, estúpido. Mas também não dá pra ser bonzinho o tempo todo com todo mundo, saca? O certo seria um tipo de “meio tom”? Uma coisa neutra, que deve se adequar a qualquer tipo de conversa. Sei lá, vai ter alguém que vai achar que o “meio tom” tem cara de falsidade. Essa parte é complicada. Ou fácil. Sei lá.

Ah, outra coisa importante: é EXTREMAMENTE necessário tomar cuidado com o que vai dizer, e escolher cuidadosamente as palavras que serão utilizadas. Sendo assim, qualquer “estou indo até a padaria” terá o seu sentido entendido. Ou talvez não? Talvez seja uma afronta aos interpretadores de texto de plantão (aqueles que sempre enxergam uma coisa que realmente não existe nas frases, saca?). Porra, escolher as palavras certas é difícil pra caramba. Não deve ser possível agradar todo mundo com o melhor dos vocabulários do mundo. Não mesmo. Taí mais uma parte complicada. Ou fácil. Sei lá.

Mais umas coisas que às vezes – juro que apenas às vezes – me tira o sono. Responder rápido ou um pouco mais devagar? Se for rápido, a interpretação pela outra parte pode ser errada. Se demorar um pouco mais, parece desleixo ou desinteresse. O que vale nessa hora é massagear o ego alheio e seus devaneios? Tipo uma sessão de terapia gratuita entre amigos?

Sabe, tudo isso é complicado. Ou fácil demais. Sei lá. Comunicação é aquela coisa de ouvir e ser ouvido. Ter e respeitar opiniões. Ter uma troca de experiências e aprendizados. Falar – e escutar também – coisas bonitas e inteligentes. É não seguir muitas regras, desde que o bom senso seja seguido. Acho que aqui vale aquela coisa do respeito, que muita gente já se esqueceu. Sei lá. É complicado. Ou seria mais fácil se o uso do peixe-babel* (implantado no ouvido, claro) fosse partilhado por todos. Se a comunicação seria mais fácil? Não sei. Mas pelo menos falaríamos todos a mesma língua. É um começo.

*Peixe-babel. O Guia do Mochileiro das Galáxias. Arthur Dent, Ford Prefect. Douglas Adams. Leiam.

Rafa Lima
Enviado por Rafa Lima em 18/04/2016
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