Políticos e Elevador

Não sem viver sem rir, nem nos momentos de tensão em que todos estão roendo as unhas, mesmo sabendo que não posso exagerar no riso por causa da asma. Tem uma paticularidade: às vezes rio nas horas erradas e irrito as pessoas. Um defeito grave do qual não consigo me livrar, já fiz até promssa, só não apelei para despacho.

Vejam bem, eu tenho um amigo, amigo de verdade,devo a eles favores que nunca pagarei, mesmo me esforçando. Esse amigo não pensa políticamente de acordo coma minha cartilha política. É conservador e de3testa Lula,o PT, a esquerda e etc e coisa e tal, enquanto eu, mesmo sem ser petista, afino com alguma coisa do PT e admiro o Lula, mesmo admitindo que ele não é b santo que nem o Mujica. Temos, eu e esse amigo discussões acaloradas, quem presencia pensa que vamos brigar, mas, de rpente, cansamos e vamos tomar umas lapadinhas e conversar sobre futebol e outros assuntos mais amenos.

Mas ontem quase rompemos a amizade. Não,não foi propriamente e especificamente por causa de discordância no tocante ao impeachment, mas porque a mulher dele me telefonou aperriada pedindo que eu fosse lá na suqa casa tentar fazer com que seu marido saisse da frente da tevê onde estava há mais de 30 horas ouvindo os discursos dos deputados, sem comer, sem dormir e aflito. Fui, era mais de meio-dia. Quando cheguei , vi o sujeito de olhos esbugalhados vibrando com um sujeito agressivo e com as fitas verde-amarelo no pescoço, um deputado med[íocre, um mero rola-bosta, sem dúvida um dos 304 deputados que estão sub judice por acusação de corrupção. Vendo ele assistindo aquilo, comecei a rir e fui logo amolegando a bombinha de asma no bolso. Não prestou ele ouviu a risada e ficou umafera, disse que estava compartilhando de um momento histórico e que eu estataria debochando dele e do seu sentimento cívico. Fiquei chocado,parei de rir,mas ele foi em frente agressivo, parecia o rola-bosta que estava falando. O cara estava bababdno de raiva, eu nunca oviranesse transe de odio, tinha sido contaminado. Tentei explicar o ridículo do fato e que ele sabia que eu nunca faria deboche sobre suas idéias, discutia,mas sem debochar. Foi pior,ele rodou a baiana, começou a falar que eu era um assalariadode Moscoue de Havana, sem dizer coisa com coisa, e eu respondendo que era engano e que era ele quem me tirava do sufoco emprestando dinheiro quase todo mês. E o cara furibundo,mas estava cansado, não é mole assitir mais de 30 horas de discursos de políticos.

Nisso, quandoele ainda,mesmo cansado me atacava e agora dizendo que eu era um petralha, amulher dele chegou com uma bandeja com carne de sol assada, cheirando, uma travessa com farofinha de água com centro e cebolinha e a garrafa de Pitu Gold. De repente o cara mudou de assunto, até tomei um choque, e disse: - Essa carne é de Cachoeirinha, é de primeira, e a tua comadre assou no capricho, tá sentindo o cheiro? Vamos tomar uma lapadas e comer esse tira-gosto arretado. Desligou a televisão,colocou um CD de Nelson Gonçalves e ficamos recordando o passado. Tomamos toda a garrafa de Pitu. Comoele estava muito cansado não quis quemetrouxesse de carro, tomei um taxi, estava meio bambo e nao dava ara voltgar de ônibus.

Na volta fiquei pensando no mal que ospolíticos fazem a todos nós,independente da posição política que temos,perdemoso senso da razão, até o relacionamento pessoal pode ser rompido, anão ser que apareçaumacarne de sol de cachoeirinha, uma farofinha e uma garrafa de Pitu Gold. Por fim me lembrei de uma frase do Barão de Itararé que comparou a moral dos políticos a um elevador: - A moral dos políticos é como elevador: sobe e desce.Mas sempre enguiça por falta de energia, ou então não funciona definitivamente deixando desesperados os infelizes que confiaram neles.

Seja qual for o resultado da votação,não vou acompanhar, vouficar lendo um romance arretado, "O Homem que gostava de Cachorros" ,de Leonardo Padura, jáli umas cem páginas. Depois,seja qual for o resultado, vou tomar umas lapadinhas com meu amigo. Inté.