Aleluia! Tô vendo o Paraíso

De vez em quando ouço grandes mentiras. Se for bem contada, confesso, ouço com prazer. Se não, finjo que estou gostando e acreditando e me desligo.

Mas o que gosto mesmo é de ouvir causos verdadeiros e que fogem do normal. Dia desses, estava com uns amigos conversando sobre futebol. Detalhe: os times de Pernambuco estão tão ruins que o papo era sobre o futebol do estrangeiro: Messi, Neymar, Cristino Ronaldo, Iniesta, Ibra, Suarez... Nisso um dos amigos mandou o papo futebolístico para escanteio e falou que anda puto com a mulher que é evangélica e cheia de preconceitos. Não deixei ele explicitar as queixas,sabia que era sobre sexo. Detesto ouvir alguém revelar peculiaridades de sua vida sexual, notadamente com a esposa. O cara calou-se, somos amigos desde crianças.

Mas aí outro que estava acopanhado pelo filho, um sujeitinho meio malandro que vive aprontando e não quer nada com trabalho, mas é um carinha bom, modesto e não mente e nem gosta de contar vantagem. Gosto dele, até das armadas que apronta. É caladão, mas o pai insistindo ele contra a armada. Quando o pai dele ouviu a menção a esposa evangélica do outro amigo, não teve dúvida, deu um chutinho de leve no pé do filho e disse:

- Nandinho, conta para eles o caso da evangélica.

O moço ficou meio encabulado,semquerer contar, o que só vez aumentar anossa curiosidade e começou o corinho: - Conta, Nandinho! Conta Nandinho! Ele tomou umgole de cerveja, acendeu um cigarro, tragou e contou o causo:

- Foi o seguinte: lá perto da nosa casa mora uma dona que é evangélica, tem uns 30 anos, solteira, vive com ios pais, crentes radicais, ela também. Já viu, saia comprida atpé o pé, bulsa de mangas compridas e atacada no pescoço, cabelo amarradonum cocó ridículo, sapatos tipo bota de homem, óculos de grau de fundode garrafa e Bíblia na mão. Sempre andando de cabeça baixa, mas quando passava por mim dava uma olhadinha de lado. Nuinca liguei. Sou grilado com religião. Mas aí uma noite dessa peguei o carango do véio aqui e fui dar uma voltas, prospectar, ou seja, pegar uma doninha para dar uns amassos. Rodei pra caralho e não encontrei, só tinha bofe. Então começou a chover forte, era quase dez da noite, resolvi voltar. Estava difícil dirigir com a chuva forte. Nisso vi debaixo de latada de parada de ônibus, a evangélica, sozinha e não nem sinal de ônibus, ela estava meio nervosa pelo que notei. Tive pena, então parei o carro e ofereci carona a ela. Primeiro ela deu uma de cu doce, como que desconfiando de minhas intenções. mas era só carnaval,aceitou, entrou no carro. Mas a danada da chuva aumentou quando tomamos a pista para Olinda. Não estava dando para dirigir, então parei o carro num posto que tinha uma lanchonete. Ela já estava completamente calma e até rindo, satisfeita. Eu pedi uma cerveja e ela um coca-cola. Fuicamos ali conversando normalmente, ele flando dos seus estudos, estuda economia, falamosna crise do país, ela acha que vai piorar, mas não tocamos em religião, oque me surpreendeu. Quando a chuva foi amainando e eu pedi a conta, paguei,ela então, se um raio caisse não me causaria tanta surpresa, me perguntou o que funcionava ´num prédio iluminado mais adiante, ela vendo a palavra Motel. Expliquei brincando que era o inferno, um motel onde as pessoas iam ter relações sexuais escondidos da esposa ou esposo. Ela deu um risinho sacana e disse que nunca tinha estado num local desses e aí me fez uma pergunta irrcusável: - Você me levaria lá para eu conhecer?

- Levei. Quando entramos, ela completamente desinibida, colocou a Bíblia em cima de uma mesinha, toda mudada, eu fui logo dando um cherinhono cangote dela. A dona pegou fogo, desmachou o cocó, gtirou a blusa e a saia comprida, e aí,caraca!, não estava nem de sutiã, os peitinhos duros e empinados, lindos, e estava só com uma tanga preta. Tomou a iniciativa, vou falar uma coisa: nunca vi uma mulher tçao quente,um vulcão, ela fez amor com as mãos na cabeça para não perder o juízo. E no auge gritava como uma louca: - Aleluia! Tô vendo o Paraído. E me azunhava as costas, ardia, doía, queimava, mas a dona eramuito boa e fui aguentando, repetimos uma e duas vezes, até que não aguentei mais, as costas estavam sangrando das unhas da doida. Ela então molhou uma fronha com água, passou nasminhas costas, se vestiu, refez o cocó, botou os óculos, pegou sua Bíblia e disse, voltando a ser a irmãzinha santinha do pau ôco: - Vamos embora, abençoado, meus pais jádevem estar preocupados. Quando passo por ele desvio o olhar, a dona é o cão chupando manga na cama, criativa pra caralho, mas azunha a gente. Estou sempoder ir ao moptelcom a noiva para ela não ver as marcas feitas pelas unhas da crente. A noivacomeço a desconfiar, mas estou dando como desculpa a gripe H1N1, como ovéio aqui sugeriu. Crente nunca mais.

O pai dele ainda mandou ele mostrar as costas. Ele mostrou. Havia mesmo os arranhões.

Um causo absolutamente verdadeiro. Inté.

Dartagnan Ferraz
Enviado por Dartagnan Ferraz em 15/04/2016
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