É PRECISO ILUDIR PARA DESILUDIR! ("Pior que ser iludido, é iludir-se, sozinho" - A.Q.)
Meus coordenadores pedagógicos sempre me acusaram de professor preguiçoso e "enrolão", e o Mario Sergio Cortella, professor de muitos anos, considera o velho funcionário público da educação como um câncer: "afaste-se de funcionário velho, aproxime-se de funcionário idoso". Que paradoxal, um funcionário velho será sempre um idoso! (https://www.youtube.com/watch?v=3rzvOqrtWIc) - acessado em 13/04/2016.
Por isso, perdi a admiração por esses professores aposentados que se fazem palestrantes para não morrer de tédio. Mais uma desilusão que me abriu o entendimento. Quem faz as incoerências do atual sistema educacional, os velhos funcionários acostumados obedecer cegamente aos discursos de controle ou novos funcionários, recém concursados, ativistas, sedentos para aparecer?
Em busca do equilíbrio, os superiores ordenam-nos a premiar o alunado relapso: Aos alunos infrequentes e não fazedores das atividades ministradas em classe, substâncias da avaliação contínua, dar-se nota três para não lhes tirar a chance de recuperação. Por outro lado, aplica-se às regras rígidas do Enem, quando aplica-se em um simulado, iludindo-os, como se quisesse reprovar todos ou salvar só os dignos. Quem visse isso, também veria aquilo! Então, ouçamos o Ludwig Borne: "Perder uma ilusão torna-nos mais sábios do que encontrar uma verdade." Completamos a lição com o pensamento de Luiselza Pinto: "A realidade fortalece o sonhador e enfraquece o iludido." Entre verdade e realidade, sem querer, com as quais, a escola educa-nos mais desiludindo e acordando-nos do berço esplêndido, ainda mais do que simplesmente mentindo com as ilusões! Porém, não sei o que é preciso, iludir para desiludir ou desiludir para iludir!
Na verdade, eu não sei se dói mais, acreditar em uma ilusão ou acreditar em uma verdade que desfaz essa doce ilusão! Seria a felicidade a constatação do vazio reparador de uma ilusão, depois de ter conhecido a verdade instigante! Desilusão, talvez seja somente estar com a verdade presente, mas esta não suplanta satisfatoriamente o vácuo da ilusão perdida! É verdade, tenho preguiça de rever minhas desilusões, aquelas substituídas por verdades, as quais, logo também, olhando para trás, já não são mais verdadeiras, pois rapidamente se transformaram em mentiras ao confrontá-las com as inovações. Tudo está no círculo vicioso em nome dos desejos infindáveis que fazem de mim um demônio de mim mesmo.
E por aqui vou continuar, assistindo ao espetáculo de quem tem prazer em se mostrar, em detrimento do objetivo principal; ESTUDAR. O absurdo é alunos fazedores de cambalhota na sala de aula, enganando a muitos que estão estudando, porém se entretendo irresponsavelmente e me fazendo acreditar que existe felicidade nos desrespeitadores dos limites do respeito. Isso também é ilusão.