COMO AVANÇAR NA VIDA?

Os fatos que acontecem e traçam os rumos e destinos do homem e da sociedade, definindo-os passa a passo, encontram um futuro promissor ou negro nas estabilidades necessárias mínimas.

Quando a verdade mais primária salta aos olhos, se avoluma em reptos e reclamos, agiganta-se na dicção sem contraditas razoáveis, em princípio não haveria estorço, mas este prepondera. Se dá com a opinião opiniosa e interesseira, que por ser pessoal tenta resistir, com números anões, pequenos e caricatos, apegando-se ao que desserviu e desserve, e nada traz de esperança. Por esse viés constata-se que desabou a razão.

Isso não quer dizer que esta razão que se escora em fatos e na palavra clara e limpa das regras vá ser acatada. Muitos impérios continuaram suas sagas de desmandos no mando, mesmo que contra vontades numéricas esmagadoras e voluntárias, sem nenhum respaldo de resgate em pecúnia,somente escudados no ideal ficcional febril.

Sendo seguimento e transformação, a vida é multifacetada, plural em suas fases, cíclicas, como a árvore e seus componentes, raiz, caule, flor e fruto, e foi antes semente, e pó que germinou da terra, do pó que tudo concentra.

Não é tudo que nasce que frutifica o bem, mesmo o fruto que não apodrece, por vezes cresce esmirrado e não mata a fome senão de meia-dúzia, que continuam a esperar esse alimento restrito, embora outras árvores desconhecidas habitem as planícies com frutos generosos.

Renasce, ressurge a cada novo tempo de variadas formas, materiais e anímicas, nossa vida que pensa e externa seu pensamento por direito originário, fundamental, fincado na liberdade. É esta liberdade que a desrazão quis matar como ensina a história, muitas vezes e de variadas formas, algumas vivendo da mentira recebida pela famélica necessidade de proteína.

Mas a liberdade agrega responsabilidade. A opinião irresponsável é danosa. Um dia ela se mostra, nada se esconde sob a faculdade da razão, só o Mistério de Deus, revelado pela fé.

A vida é tudo isso, muito e principalmente responsabilidade, se movimenta como árvores centenárias e milenares seguindo seu destino, do pó às suas destinações para produzir, e se reproduz semeando dano ou bem estar, é como a figueira seca que por si só não sucede, volta ao pó sem frutificar, ou sadia semeando o bem dando frutos pela benção concedida, o benefício do fruto que todos aceitam.

Produz a vida suficiências, conhecimentos e desserviços. Quem desserve e não educa por ser deseducado, antes recusa a educação, embora dizendo que a prestigia, mas a combate, rejeita a leitura, assim afirma, repudia pois a civilidade disponível a todos, reitera e define parvidade em existir. É um gosto que fica sequencial na vida, e aflora na jornada, pontua os passos do obscurantismo que lança ao redor em palavras e gestos. É assim a história. Dante na Divina Comédia define bem essas personalidades. Estão no Inferno. Vão da hipocrisia e da mentira enganosa à corrupção, e queimam nas bolgias dos nove círculos.

Só se avança na vida no berço da verdade e pelo exercício da liberdade.

A informação define conhecimento ou não. São necessários filtros. O fiel da balança pode levar à disfunção na apreensão.

É uma convivência histórica do homem com essa ambivalência, conhecimento e desconhecimento, acompanhamento da história ou a falta de interesse, estudo e leitura suficiente para distinguir distinguindo as conquistas do homem para a liberdade do pensamento como registra a historiografia e traz o crescimento das ideias saudáveis.

Quem sabe ser o comunismo um ideal perfeito se fosse factível? Poucos. Sabe quem o conhece e estudou seriamente, bem como suas impraticáveis razões. Como outras doutrinas. Seria (condicional) a inexistência do Estado pela harmonização absoluta das classes e igualdade plena entre os homens, meta impossível, pura ficção. Pela cassação das liberdades tentaram justamente a oposição de seu ideal impossível, o aperfeiçoamento da sociedade a ponto de chegar à desnecessidade do Estado, à anarquia que significa "ausência de governo", o sentido de felicidade plena. Seria bom se fosse possível...

A palavra grega "anarkhia", estado ideal do bem comum, é contra a divisão de classes e opressão de uns sobre os outros. Simploriamente é entendida pela compreensão vulgar como política em que a constituição, o direito e as leis deixam de existir.

E sob essa bandeira cassaram-se as liberdades todas. Mas por mero tom personalista de exceções conhecidas. Essas inclinações sucumbiram todas em passado recente, restam poluições em algumas cabeças reticentes e desfavorecidas.

Sem liberdade não se avança, e sua restrição tem inúmeros caminhos.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 12/04/2016
Reeditado em 12/04/2016
Código do texto: T5602769
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