O QUE DIZER; COMO DIZER!

O que dizer; como dizer!

Um amigo, com quem temos algo em comum, convidou-me para uma reunião espiritual para ouvir o Evangelho. Independentemente do credo, por se tratar de ouvir algo pré-determinado e do meu conhecimento, aceitei comparecer. Um grupo muito familiar, entre eles irmão, cunhadas, sobrinhos, amigos e conhecidos. Todos vindos com parte do farnel que seria servido ao final daquele encontro. O amigo muito carinhoso e atencioso com todos, ciceroneando fez a corte no salão de festa do seu prédio residencial. Por fim, acolhemos o Rogério e sua esposa Ivete, ele Diácono da Igreja Católica, ela mestre de harmonia com voz contralto, animava o canto acompanhado pelo violão de doze cordas do Rogério. Entretanto, quando o Diácono começou a animar o grupo de forma carismática, ele a mim decepcionou, pois não faz meu gênero de culto esse Movimento Carismático moderno a da Igreja. Com certeza o amigo não me conhecendo como sou, deixou de agradar-me com cantos Gregorianos Beneditinos e as meditações Franciscanas que fazem parte da minha formação religiosa. Fiquei alienado daquela celebração por não compartilhar daquele carisma tão empolgado do Diácono. Não via a hora de encerrar o culto, enquanto ele se estendia mais e mais. Até que ele correndo o risco disse aos participantes do grupo quem queria que ele terminasse de falar, que dissesse Amém! Não preciso dizer-vos que fui o único em alto e bom som que clamei um solene Amém! Todos riram e me condenaram olhando para de onde havia saído àquela voz. Em que pese a minha honestidade, a franqueza não o calou tão sedo. Ainda teve uma benção com sua alfaia epistolares, e franqueada à palavra para quem quisesse manifestar-se com testemunho de algo sobre a sua vida e a Graça recebida. Diga-se de passagem, que o fim a que foi proposta a reunião, ou seja, a do Evangelho, esta não foi lida. Foi mais demorado do que meus tempos de coroinha na Missa Solene Gregoriana. Por fim uma confraternização com o farnel de cada um em comum a todos. Devo dizer que a boa intenção do amigo nesse apostolado, além de disponível a todos, ainda arca com custos de salão de festa do edifício, material descartável para bebida e comida etc. Em que pese toda boa vontade do amigo, e, seu apostolado praticado, não quero continuar a frequenta-lo e nem sei como dizer-lhe sem magoá-lo e sem perder a sua amizade. Esse é o bico de sinuca em que me encontro, mas que espero ser compreendido quando ele for ler esse desabafo.

Chico Luz

CHICO LUZ
Enviado por CHICO LUZ em 10/04/2016
Reeditado em 10/04/2016
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